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Blu-ray enfrenta desafio do vídeo online

Sucessor do DVD ganha mercado quase ao mesmo tempo que rival

Por Renato Cruz
Atualização:

As vendas de aparelhos de Blu-ray, o sucessor do DVD, começam a avançar no Brasil e no mundo. Apesar disso, a tecnologia deve ter vida mais curta que seus antecessores. As fitas de VHS tiveram um ciclo de vida de mais de duas décadas, antes de serem desbancadas pelo discos digitais. O DVD chegou ao mercado na segunda metade da década passada, e só agora começa a ser substituído. O Blu-ray, no entanto, não deve ter a mesma sorte, pois chegou ao mercado praticamente ao mesmo tempo que seu sucessor: os filmes que podem ser baixados via internet. Segundo uma projeção da Associação de Eletrônicos de Consumo (CEA, na sigla em inglês), que reúne os fabricantes nos Estados Unidos, as vendas mundiais de aparelhos de Blu-ray devem dobrar este ano, somando cerca de 10 milhões de unidades, o que representa 10% do mercado de tocadores de vídeo. O restante ainda está com aparelhos convencionais de DVD. No Brasil, o mercado ainda é pequeno. "A resposta é muito positiva", disse Henrique de Freitas, gerente sênior da Samsung. "O aparelho está saindo da curva de introdução e as pessoas estão entendendo mais o seu valor. Nos primeiros cinco meses do ano, mais do que dobramos as vendas." Mas, segundo ele, a alta nas vendas do Blu-ray ainda não é suficiente para compensar a queda na demanda por aparelhos de DVD. A principal diferença do Blu-ray para o DVD é a capacidade de armazenamento de dados. Os filmes gravados em Blu-ray são em alta definição, com som 5.1 (de seis canais, no lugar dos dois do estéreo), ideal para ser visto em televisores de tela grande, Full HD, com home theater. Ou seja, o consumidor precisa fazer um certo investimento para usufruir de toda a qualidade do Blu-ray. O crescimento das vendas no Brasil acompanha a queda no preço dos aparelhos. Quando a Samsung lançou o seu primeiro Blu-ray no País, em novembro de 2006, ele custava R$ 5 mil. O modelo que chegou ao mercado este ano tem preço sugerido de R$ 1,3 mil. Um grande competidor dos aparelhos de Blu-ray é o PlayStation 3 (PS3), da Sony, que, além dos jogos, serve para assistir filmes em Blu-ray. "A partir do momento em que o Blue-ray de grandes marcas apresentar um preço abaixo da casa dos R$ 1 mil , a demanda poderá até triplicar", avaliou Fábio Tavares, gerente comercial de vídeo do Grupo Pão de Açúcar. Hoje, a faixa de preço das grandes marcas está entre R$ 1,2 mil e R$ 1,5 mil. Ele destacou que o preço médio do PS3 está em R$ 1,4 mil e, por isso, o público ainda prefere comprar o videogame. Em outubro de 2008, o aparelho de Blu-ray da Sony custava R$ 2 mil. Em maio deste ano, o preço caiu para R$ 1,5 mil. "Tivemos uma grande reação em vendas", afirmou Fernando Schneider, gerente de Produtos da Sony. "Os preços têm caído tanto pelo aumento da escala mundial quanto pela queda do dólar." Para o executivo, já existe bastante espaço para o Blu-ray crescer no Brasil, com o volume de televisores de alta definição que foram vendidos no País. Segundo a empresa de pesquisas In-Stat, o mercado mundial de vídeo online deve atingir US$ 4,5 bilhões em vendas em 2012. Para o ano passado, a estimativa era de US$ 1,2 bilhão. Em maio de 2008, a Netflix lançou nos Estados Unidos um equipamento que permite assistir filmes e programas de TV transmitidos via internet diretamente no televisor. No Brasil, a Telefônica oferece vídeo sob demanda para seus clientes com acesso de fibra óptica, a Oi também presta serviço de vídeos via internet na área da Brasil Telecom e a Saraiva lançou uma locadora virtual, em que os filmes são baixados diretamente da rede mundial. Para os fabricantes de Blu-ray, no entanto, esse é um cenário ainda um pouco distante. "O vídeo sob demanda não é uma realidade muito grande nem nos EUA", apontou Schneider. "Um dia vai acontecer, mas ainda vai demorar para chegar." NÚMEROS 10% do mercado mundial de tocadores de vídeo são aparelhos de Blu-ray, o que representa cerca de 10 milhões de unidades, e o restante ainda é dominado pelo DVD convencional US$ 4,5 bilhões é o faturamento estimado para o vídeo online em 2014 em todo o mundo, segundo a empresa In-Stat

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