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Blue chips comandam leve queda da Bovespa e bancos sobem após BC

Por Stella Fontes
Atualização:

O Ibovespa interrompeu nesta terça-feira uma trajetória de duas altas consecutivas, sucumbindo à pressão vendedora no mercado acionário norte-americano e performance negativa das blue chips Petrobras e Vale. Na contramão do mercado, ações de bancos subiram em bloco após dados animadores do Banco Central sobre crédito. No início da jornada, o principal índice da bolsa paulista ensaiou dar continuidade aos ganhos acumulados desde sexta-feira, mas não conseguiu sustentar a alta diante da notícia de que a confiança do consumidor norte-americano caiu para 53,1 em setembro, segundo o Conference Board. O dado, somado à contida desvalorização das commodities, contribuiu para que o Ibovespa fechasse a sessão com queda de 0,13 por cento, aos 61.235 pontos. O giro financeiro mostrou algum fortalecimento ante o verificado nos últimos pregões e ficou em 4,53 bilhões de reais. Para o economista-chefe da Ágora Corretora, Álvaro Bandeira, o volume financeiro da Bovespa está se adequando ao nível de preços. "Tirando os volumes de ontem e de um ou outro dia da semana passada, voltamos a um nível compatível com os preços, em torno de 5 bilhões de reais", afirmou. Na visão dele, o mercado acionário brasileiro permanece robusto e há margem para nova valorização no quarto trimestre. "A melhora dos indicadores e a divulgação dos balanços do terceiro trimestre, que devem vir mais positivos, vão contribuir para a alta das bolsas", disse. A Ágora projeta para o Ibovespa pontuação de 62 mil a 65 mil ao final do ano. Nesta sessão, além do sinal negativo em Wall Street --o Dow Jones fechou em queda de 0,48 por cento--, contribuiu para a baixa do Ibovespa a desvalorização de ações da Vale e Petrobras, as mais importantes da carteira. Enquanto os papéis preferenciais da estatal petrolífera encerraram a sessão com recuo de 0,34 por cento, a 34,77 reais, na esteira da queda dos preços do petróleo, as da Vale perderam 0,73 por cento, a 36,53 reais. Conforme operadores, o final do mês e do trimestre pode levar a algum ajuste de carteiras, o que influenciaria cotações de Petrobras e Vale. Acompanhando a realização com papéis da mineradora, o setor de siderurgia recuou praticamente em bloco, com destaque para as baixas de Companhia Siderúrgica Nacional, com perda de 1,29 por cento, para 53,50 reais, e de Gerdau, com perda também de 1,29 por cento, a 23,74 reais. Na contramão do mercado em geral, papéis de bancos mostraram valorização, após dados positivos do Banco Central acerca da concessão de crédito no país e mudanças no recolhimento do compulsório. Conforme operadores, a oferta de units do Santander direcionou os holofotes para o setor financeiro e também contribuiu para os ganhos de bancos nesta terça-feira. O BC anunciou que as novas concessões de crédito no Brasil registraram alta de 7,3 por cento em agosto ante julho na comparação pela média diária. O BC também informou que a inadimplência ficou estável após oito meses seguidos de alta. As ações do Bradesco subiram 2,59 por cento, para 34,50 reais; as do Itaú Unibanco avançaram 3,32 por cento, para 35,20 reais; e as do Banco do Brasil mostraram ganho de 1,90 por cento, a 30,57 reais.

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