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BM eleva previsão de crescimento da China para 10,4%

Só no segundo trimestre, o crescimento foi de 11,3%, o mais elevado nos últimos 10 anos

Por Agencia Estado
Atualização:

O Banco Mundial (BM) reavaliou nesta terça-feira as suas previsões sobre o crescimento da economia chinesa em 2006 e elevou a estimativa para 10,4%, nove décimos acima do previsto em maio, segundo um comunicado recebido pela Efe. O órgão internacional prevê que o crescimento caia para 9,3% em 2007. Mesmo assim, a China vai continuar à frente das taxas de crescimento global. A economia do país asiático cresceu 10,9% na primeira metade do ano. Segundo o BM, no segundo trimestre o crescimento foi de 11,3%, o mais elevado nos últimos 10 anos. O investimento continua sendo o principal vetor da demanda, apesar dos esforços de Pequim para estimular o consumo. Quanto à oferta, a indústria continua superando os serviços, segundo o relatório. As perspectivas continuam favoráveis para a economia chinesa, diz o BM, já que a inflação se mantém baixa, a capacidade produtiva cresce junto com a demanda e a China goza de um confortável superávit na balança comercial. No entanto, a entidade acredita que um crescimento mais moderado evitaria os riscos de superaquecimento. As autoridades temem que o alto investimento leve à superprodução. Nesta terça-feira, a agência Xinhua informou uma queda de 4,9% nos preços do aço em julho, em relação ao mesmo mês do ano passado. A redução foi atribuída a um excesso de produção. Quanto aos riscos externos, um crescimento menor que o esperado nos Estados Unidos poderia afetar também a China, segundo o BM. Entre as medidas tomadas por Pequim para conter o crescimento, estão um corte da liquidez bancária, o endurecimento dos impedimentos administrativos para limitar o investimento e a flexibilização dos controles de fluxo de capitais. O BM defende que China continue valorizando o yuan (moeda chinesa) em relação ao dólar, o que poderia, segundo o relatório, suavizar as inquietações. A mudança aumentaria as importações, reduziria a entrada de capital e desviaria o investimento. O esforço agora deve ser para reequilibrar a economia, segundo Louis Kuijs, economista do BM na China e principal autor do relatório trimestral, que oferece várias sugestões ao governo chinês. Entre elas, estimular a demanda doméstica, elevar o atrativo dos serviços acima das manufaturas e oferecer aos governos locais mais ferramentas e incentivos para o equilíbrio econômico.

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