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BM&F: fim da CPMF é boa chance para reduzir impostos

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Por Célia Froufe (Broadcast)
Atualização:

O fim da cobrança da CPMF é uma boa oportunidade para que o governo pense numa redução paulatina de impostos, na avaliação do presidente da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), Manoel Felix Cintra Neto. Ele lembrou que a arrecadação de impostos aumentou nos últimos anos com o crescimento da atividade econômica e com a formalização das companhias, e argumentou que essa elevação cria um ambiente mais propício da redução da carga tributária. "O Brasil é o segundo país em numero de IPOs (ofertas iniciais de ações) este ano e uma empresa só entra na Bolsa se trabalhar na economia formal", alegou. De acordo com o presidente da BM&F, se eventualmente o governo decidir elevar a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), haverá um aumento dos custos para as empresas utilizando hedge (proteção), que atualmente representa 70% em média das operações da BM&F. "Uma empresa pode deixar de fazer seguro se o importo for muito alto, mas não creio que chegaremos a este ponto", comentou. A expectativa de Cintra Neto é a de que o governo vá adaptar o Orçamento do País à nova realidade sem CPMF. "O governo superou a necessidade da CPMF e é importante reforçar que não haverá déficit público", disse. O presidente da BM&F disse que se, uma das finalidades do imposto é ser um instrumento de fiscalização da sonegação, é válido que o governo mantenha esse sistema, mas sem sua cobrança. "Alega-se o sigilo bancário, mas hoje os bancos enviam as transações financeiras à Receita Federal. Então, basta aprovar no Congresso abertura desses dados para o fisco", sugeriu. Ele é contra a cobrança de uma alíquota simbólica de CPMF, de 0,01%, por exemplo. "Temo que numa pernada essa contribuição possa aumentar", disse. Cintra Neto participou hoje do seminário "Reavaliação do Risco Brasil", organizado pelo Centro de Economia Mundial, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em São Paulo.

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