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BNDES adia IPOs para 2015 e aposta em fundo para mercado de acesso

Luiz Souto, superintendente da área de capital empreendedor do banco, afirma que no ano que vem haverá pelo menos 2 IPOs

Por Luciana Bruno
Atualização:
Para superintendente, ao menos duas das 36 companhias investidas já estão prontas para ir a mercado, aguardando apenas melhoras do cenário macroeconômico Foto: Fabio Motta/Estadão

O BNDES adiou para 2015 seus planos de realizar duas ofertas públicas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês) de empresas da sua carteira de capital empreendedor, disse um superintendente da instituição de fomento, que busca agora unir-se a investidores privados no primeiro fundo do país especializado em mercado de acesso.

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Segundo Luiz Souto, superintendente da área de capital empreendedor do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, ao menos duas das 36 companhias investidas (cerca de 2,5 bilhões de reais) já estão prontas para ir a mercado, tanto do ponto de vista de governança corporativa como de necessidade de capitalização, aguardando apenas melhoras do cenário macroeconômico.

"No ano que vem teremos ao menos dois IPOs", disse Souto em entrevista à Reuters, recusando-se a citar o nome das companhias. No ano passado, ele havia dito que os IPOs ocorreriam este ano.

"Neste momento temos dificuldade no cenário macroeconômico. Isso reflete no mercado como um todo. Mas estamos com os ingredientes na cozinha", completou.

Na semana passada, o presidente-executivo da BM&FBovespa, Edemir Pinto, disse que a bolsa não tem expectativa de nenhuma oferta pública inicial de ações este ano.

A estratégia do banco agora inclui unir-se a investidores privados em um fundo especializado em empresas do mercado de acesso, o Bovespa Mais, segmento da bolsa voltado para pequenas e médias companhias. Esse tipo de fundo recebeu incentivos fiscais do governo federal em junho, tendo sido regulamentado recentemente pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

O BNDES terá até 30 por cento do fundo multisetorial de 250 milhões de reais, cujo gestor será anunciado daqui a cerca de um mês. O gestor ficará encarregado de buscar de cinco a oito empresas a serem investidas, no país todo, explicou Souto.

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Segundo o superintendente, não houve mudança de estratégia do BNDES, apenas uma complementação, rumo ao objetivo do banco de trazer investimento privado para empresas da área de capital empreendedor.

"Continuamos com a estratégia de listar as companhias primeiro no Bovespa Mais, tendo como objetivo um futuro IPO", disse. "No Bovespa Mais as empresas têm que atender condições mínimas de governança, e assumem compromisso de fazer o IPO em até sete anos."

O executivo disse acreditar que o mercado de capitais brasileiro tem condições de abrigar ofertas menores, de 100 a 200 milhões de reais -- frente ao valor médio de 500 milhões de reais atualmente -- e há interesse de investidores e bancos de investimento.

Das companhias na carteira do banco, a empresa de tecnologia Senior Solution realizou IPO no ano passado, enquanto Altus Sistemas de Automação, CAB Ambiental, Nortec Química e Quality Software já estão listadas no Bovespa Mais para negociar ações nos próximos anos. Além da Senior, Biomm e Nutriplant já têm papéis negociados no Bovespa Mais.

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