Publicidade

BNDES baixa taxa para financiar capital de giro

Linha terá R$ 5 bilhões e vai privilegiar as pequenas e médias empresas; custo para companhias com receita de mais R$ 90 milhões foi mantido

Por Daniela Amorim (Broadcast) e
Atualização:

RIO - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou que vai reduzir os juros cobrados nos financiamentos a capital de giro, bens de capital e exportações e refinanciar operações do Programa de Sustentação do Investimento (PSI). As medidas fazem parte do pacote de estímulo à economia anunciado na semana passada pelo governo e, segundo o banco, podem demandar até R$ 26 bilhões.

O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, afirmou que o banco tem recursos próprios para um eventual aumento de demanda por crédito, sem necessidade de novos aportes do Tesouro. As medidas, garantiu, não implicam em subsídios ou impacto fiscal.

 Foto: Fabio Motta/Estadão

PUBLICIDADE

“O banco tem funding próprio, que vem primeiro do retorno de suas operações. O banco tem carteira de crédito grande, mais de R$ 650 bilhões”, afirmou Coutinho, lembrando ainda a fonte regular de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e a possibilidade de captação no mercado.

O orçamento para as novas medidas prevê R$ 5 bilhões para a linha Progeren de capital de giro para pequenas empresas; R$ 15 bilhões para o refinanciamento de crédito para máquinas e equipamentos no PSI; R$ 4 bilhões para linhas de exportação pré-embarque; e R$ 2 bilhões na redução de custos de aquisição de bens de capital por meio da Finame, com foco em máquinas indutoras de eficiência energética.

As operações automáticas do PSI para máquinas e equipamentos poderão ser refinanciadas, com objetivo de dar fôlego ao caixa das empresas. O Refin PSI possibilitará o adiamento de até 12 parcelas do financiamento principal para pagamento apenas ao final do contrato. As parcelas adiadas poderão ser financiadas em até 24 meses.

O Refin PSI terá um custo de 15,73% para todos os portes de empresas. As taxas do BNDES para financiamento de capital de giro para micro e pequenas empresas (com receita operacional bruta até R$ 16 milhões ao ano) caem de 15,23% para 11,67% ao ano. No caso das médias empresas recuam de 16,13% para 14,71%. Também houve aumento no prazo de pagamento do cartão BNDES, de 48 para 60 meses.

Folga no caixa. Segundo Coutinho, houve racionalização dos desembolsos no primeiro semestre de 2015, mas, com a redução nas consultas, o banco ganhou uma folga para novos empréstimos. Em 2015, as consultas atingiram R$124,6 bilhões, um tombo de 47% em termos nominais em relação ao ano anterior. O resultado sinaliza novos recuos nos desembolsos do banco, após a queda de 28% registrada no ano passado.

Publicidade

“As consultas claramente pararam de cair (em 2016) e estabilizaram. A nossa dúvida é se esses números mais recentes indicam alguma recuperação ou se é alguma flutuação, ainda não dá para dizer”, disse o presidente do banco.

O executivo espera que a indústria seja beneficiada pelas medidas, como as que incentivam a produção voltada à exportação e a aquisição de bens de capital. “Não estamos falando de medidas milagrosas que num passe de mágica recuperarão a economia. Mas são um conjunto de medidas importantes”, disse Coutinho.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.