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BNDES busca investidor para salvar grupo de Eike

Prioridades são o Porto de Açu e a empresa de mineração MMX; banco não participa da busca de soluções para a empresa de petróleo OGX

Por Irany Tereza e RIO
Atualização:

A busca por investidores para projetos do grupo EBX passou a contar com a contribuição efetiva do BNDES, segundo duas fontes que acompanham as negociações. Entre as prioridades, estão o Porto do Açu e ativos da empresa de mineração MMX. O banco não participa, porém, da busca de soluções para a OGX, a empresa de petróleo que era a maior aposta de Eike Batista e tem sido a principal causa da derrocada do grupo

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Empresas do setor automotivo encabeçam os esforços do banco na busca por novos investidores no Porto do Açu, no município de São João da Barra, no Rio. A avaliação é que, com 70% dos investimentos já prontos, o porto pode ser concluído com financiamento do banco, já com novos empreendedores.

A fabricante chinesa de caminhões Foton Motors, que anunciou no início do mês o projeto de uma montadora no Rio, tendo como opções as cidades de Seropédica ou Itatiaia, pode ter o alvo desviado para o Açu. Com condições diferenciadas de financiamento, outras duas empresas automobilísticas estariam sendo sondadas. Outro setor atraente é o da indústria farmacêutica. Já houve tentativas com representantes da indústria de alimentos e de eletrodomésticos da linha branca.

Antes da fase mais profunda da crise do grupo X, a área técnica do BNDES estava avaliando um empréstimo de longo prazo para o porto, que teve a análise suspensa até a definição da situação do empreendimento. O empréstimo-ponte de R$ 518 milhões - em duas parcelas, a última em dezembro de 2012 -, que fez parte desse pacote, vence em setembro, quando o banco esperava a aprovar o financiamento definitivo.

Há um ano, em seu relatório de resultados, a LLX informava que o investimento total estimado para o Superporto do Açu, considerando o acordo para a instalação da Unidade de Construção Naval da OSX, totaliza R$ 3,8 bilhões, dos quais R$ 974 milhões para a LLX Minas-Rio e R$ 2,8 bilhões para a LLX Açu.

No BNDES, o Porto do Açu é tido como "ativo bom". Mas o projeto, concebido como polo industrial e não apenas uma zona portuária, tem sofrido com os revezes de Eike. A intenção é só retomar o programa na certeza de que as áreas serão ocupadas por empreendimentos. "O Porto do Açu vai sair sozinho. Não precisa de incentivos", diz o secretário estadual de Desenvolvimento, Julio Bueno.

MPX.

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Dentro de um mês deve ser concluído o aumento de capital da MPX, empresa de geração de energia elétrica que terá o nome alterado para desvincular a empresa definitivamente da marca de Eike Batista. A alemã E.On, que passou a deter 36% da companhia, já informou que aportará R$ 400 milhões, como parte do aumento de capital de R$ 800 milhões.

No BNDES, segundo uma fonte ouvida pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, há intenção de acompanhar o aumento e o banco ainda avalia a possibilidade de elevar sua participação na empresa. A MPX mereceu mais da metade dos R$ 10,7 bilhões destinados pelo banco às empresas do grupo X. É considerada uma empresa líquida e com bom retorno.

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