25 de julho de 2019 | 14h15
Atualizado 26 de julho de 2019 | 16h22
RIO - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) liberou, para empréstimos já aprovados, R$ 3,711 bilhões em junho, uma queda de 35,1% em relação ao mesmo mês de 2018, já descontado o efeito da inflação. Com isso, o banco de fomento fechou o primeiro semestre com desembolsos de R$ 25,153 bilhões, queda nominal de 9,0% ante os seis primeiros meses do ano passado. Quando se desconta a inflação, a queda foi de 12,8%, informou nesta quinta-feira, o banco de fomento.
Os dados sobre aprovações de novos empréstimos indicam que os desembolsos seguirão em queda. No primeiro semestre, o BNDES aprovou R$ 18,689 bilhões em financiamentos. O valor ficou 39% abaixo do registrado no primeiro semestre de 2018, sem descontar a inflação. Com valores deflacionados, a queda ficou em 41,2%.
Já as consultas, primeiro passo do processo de pedido de crédito ao BNDES, somaram R$ 25,733 bilhões nos seis primeiros meses do ano. A queda nominal foi de 49%, mas, quando se desconta a inflação, o tombo chega a 50,7%, conforme tabelas detalhadas divulgadas pelo BNDES. Os valores consultados servem como indicador da demanda por financiamento para investimentos futuros, oferecendo um “termômetro” do apetite dos empresários por investir.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) liberou, para empréstimos já aprovados, R$ 11,446 bilhões para o setor de infraestrutura no primeiro semestre, uma alta nominal de 4,0% ante os seis primeiros meses de 2018. Quando se desconta a inflação, os desembolsos para o setor registraram queda de 0,1% na mesma base de comparação, informou o BNDES.
No primeiro semestre, os desembolsos para infraestrutura responderam por 45,5% do total liberado pelo banco de fomento. Ano passado, os empréstimos para os projetos de infraestrutura ficaram com 43,9% do total. Se o ritmo do primeiro semestre for mantido até o fim do ano, será a maior participação da infraestrutura no total dos desembolsos do BNDES da série histórica informada pela instituição, iniciada em 1995.
Em nota, o BNDES informou que o crescimento dessa participação está “em linha com as prioridades estratégicas”. “O desempenho foi puxado por projetos de energia elétrica - responsáveis por 19,1% de todas os desembolsos - e transportes (que responderam por 24,3% do volume liberado)”, diz a nota divulgada pelo BNDES.
O crescimento do peso da infraestrutura no total se deu em detrimento dos financiamentos destinados para a indústria, comércio e serviços. No primeiro semestre, os desembolsos para investimentos industriais somaram R$ 4,776 bilhões, queda de 7% ante igual período de 2018, sem descontar a inflação. descontando esse efeito, a queda foi de 9,9%.
No caso dos financiamentos para comércio e serviços, o tombo foi maior. Os desembolsos somaram R$ 2,574 no primeiro semestre, queda nominal de 56% ante igual período do ano passado. Descontada a inflação, a queda foi de 57,8%.
Já o setor agropecuário recebeu R$ 6,357 do BNDES no primeiro semestre do ano, alta nominal de 10% ante os seis primeiros meses de 2018. Quando se desconta a inflação, a alta real ficou em 6,0%.
O BNDES destacou ainda o crescimento da participação das empresas de menor porte no total de desembolsos. No primeiro semestre, os clientes classificados como médias, pequenas e microempresas (MPMEs) receberam R$ 11,570 bilhões em desembolsos, queda real de 18,4% ante os seis primeiros meses de 2018. As MPMEs ficaram com 45,6% do total desembolsado pelo BNDES no primeiro semestre. A participação ficou acima dos 44,7% do ano passado, que já é o maior nível da série histórica do BNDES, iniciada em 1995.
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