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BNDES garante que ainda não destina recursos à Chapecó

Por Agencia Estado
Atualização:

O diretor da área de Inclusão Social e Crédito do BNDES, Márcio Henrique Monteiro de Castro, garantiu hoje que o banco não está destinando recursos ao processo de arrendamento da rede de frigoríficos Chapecó. "Estamos apenas dando anuência para que as duas empresas negociem", disse. Segundo ele, a necessidade de concordância do banco vem do fato de a BNDESPar ser detentora de 30% do capital total da Chapecó e também porque o banco é o principal credor da rede de frigoríficos. Apesar de repetir que o BNDES "não está entrando com nenhum centavo" no negócio, ele confirmou que numa segunda fase, já com a situação de arrendamento estruturada, o banco pode estudar pleito de financiamento pela Coinbra, empresa controlada pela francesa Dreyfuss, que está negociando com a Chapecó. Nem o presidente da Chapecó, Alex Fontenele, nem o diretor do BNDES concordaram em revelar valores envolvidos na proposta de arrendamento. Também não foi informado o montante do endividamento do frigorífico com o BNDES. Fontenele não aceitou revelar nem mesmo o endividamento total da Chapecó, mesmo se tratando de companhia aberta. Ele confirmou, apenas que parte do endividamento será assumida pelo Dreyfuss-Coinbra e teria sido este um dos diferenciais que fez com que a Chapecó optasse pelo grupo francês em detrimento de outras propostas de empresas nacionais. Segundo levantamento da Economática, a Chapecó não apresentou balanço desde março do ano passado. O último é o balancete de março de 2002. Nele, a dívida financeira total era de R$ 840 milhões, sendo que 27,8% referente a vencimentos de curto prazo. O patrimônio líquido era de R$ 37,7 milhões. Durante o processo de negociação para o arrendamento, o grupo Dreyfuss-Coinbra atuará como uma espécie de agente financiador para a rede de frigoríficos que perdeu totalmente o acesso a linhas de crédito, especialmente no exterior. "Eles não estarão aportando recursos na Chapecó, mas darão liquidez aos cambiais de exportação", disse Fontenele. Ou seja, o grupo candidato ao arrendamento irá comprar os títulos cambiais do frigorífico mesmo antes do fechamento do contrato de arrendamento. Desde meados de 2002 o grupo Chapecó suspendeu o pagamento de sua dívida que tem estoque em dólar. A proposta de arrendamento da Chapecó terá opção de compra cujo prazo deverá variar entre três e cinco anos. Segundo o presidente da empresa, num "plano conservador" até o final de maio a negociação com o Dreyfuss-Coinbra estará fechada. Com isso, a Chapecó esperar voltar a operar a plena carga até agosto ou setembro, com a reabertura, inclusive, das unidades de Cascavel e Santa Rosa, que estão com as atividades suspensas há um mês. Quando ocorrer o exercício da opção de compra, o grupo argentino Macri, que detém 65% do capital da empresa, terá de se afastar do controle da Chapecó. Além dos 30% do capital em poder do BNDES, 5% estão diluídos no mercado. Durante o processo de negociação, a direção da Chapecó irá abrir à empresa arrendatária todas as suas contas e também terá de negociar com outros credores menores o acordo com o grupo francês.

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