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BNDES libera amanhã R$ 10 bi para capital de giro

Dos R$ 90 bi que o banco planeja emprestar neste ano, R$ 51,2 bi virão de reforços extras em seu caixa

Por Irany Tereza
Atualização:

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anuncia amanhã uma linha de financiamento a capital de giro, com nova injeção de recursos de R$ 10 bilhões para o setor produtivo. Será mais uma medida do governo para tentar manter inalterado o nível de investimentos no País, apesar da crise. Do volume recorde de R$ 90 bilhões que o banco estima liberar este ano, pelo menos R$ 51,2 bilhões virão de reforços extras em seu caixa. A escassez de recursos no mercado elevou a importância do banco estatal - principal veículo financiador das empresas nacionais - na economia. O BNDES aumentou sua participação no crédito à exportação para suprir a seca das Antecipações de Contratos de Crédito (ACCs); passou a oferecer empréstimo-ponte para garantir novos projetos; elevou sua participação em projetos industriais e se dispôs a entrar como debenturista ou acionista no capital de empresas em dificuldades. "Vai haver um momento em que o governo, que orienta o banco, decidirá o que é mais conveniente: ou o BNDES fica restrito, atuando de forma mais segmentada e seletiva, ou aumenta o seu funding. Considerando a característica o longo prazo, é possível que o nível do banco tenha de ficar sistematicamente acima da capacidade atual", diz o diretor financeiro do banco, Maurício Borges Lemos. Ele comenta que a forma mais pulverizada de atuação do banco, verificada a partir do agravamento da crise internacional, partiu de iniciativas conjuntas dos Ministérios da Fazenda, do Desenvolvimento, Secretaria do Tesouro e a equipe do próprio banco. "Buscamos soluções criativas para resolver um problema que se colocava este ano", comentou. Wagner Bittencourt, diretor da área de Infra-Estrutura e Insumos Básicos, lembra que, até outubro, as consultas das empresas ao banco para financiamento a novos projetos já somavam R$ 170 bilhões, dando uma mostra de que a demanda continuará por recursos continuará aquecida em 2009. De acordo com levantamentos feitos pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), o BNDES participa, em média, com 30% do montante investido pela indústria nacional. Outros 30% costumavam vir do exterior e os 40% restantes, de recursos próprios das empresas."Com a redução do crédito internacional, as empresas terão mais dificuldade em conseguir financiamento no exterior e terão de aumentar a participação do BNDES em seus financiamentos", diz Júlio Sérgio de Almeida, do Iedi. Em apenas alguns meses, o BNDES recebeu dois aportes do Tesouro Nacional, no valor total de R$ 27,5 bilhões; adicional de R$ 6 bilhões do CVS (títulos emitidos pelo Tesouro); R$ 7 bilhões do Fundo de Investimentos do FGTS; R$ 10 bilhões de captações em CDI; R$ 300 milhões de recursos especiais do FAT, e espera receber ainda este ano, R$ 400 milhões do empréstimo de R$ 1 bilhão conseguido junto ao Banco Mundial. Tradicionalmente, os recursos do banco colocados à disposição das empresas são os recursos constitucionais do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), o retorno dos empréstimos concedidos e o rendimento da carteira de ações do BNDESPar.

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