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BNDES libera R$ 16,8 bi para infra-estrutura em 8 meses

Por Irany Tereza
Atualização:

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou este ano, até a última semana de agosto, projetos de infra-estrutura (energia, gás, petróleo, logística e telecomunicações) com financiamentos no valor de R$ 16,8 bilhões. É mais do que todo o volume de aprovações do setor em 2006, de R$ 15,1 bilhões. "As aprovações do banco são sinalizador do investimento. E isso demonstra que a crise internacional não impôs um pé no freio aos projetos no Brasil. Até agora, não sentimos nenhum movimento de desaceleração", diz o diretor Wagner Bittencourt, diretor das áreas de Insumos Básicos e de Infra-estrutura. Ele lembra que, na penúltima semana de agosto, depois da queda do giro da Bovespa abaixo dos 50 mil pontos, no ápice da crise, recebeu a visita de representantes de bancos europeus interessados em investir em projetos brasileiros de infra-estrutura. Hoje, o Ibovespa já havia voltado ao giro de 55 mil pontos, registrado pela última vez em julho. "Querem ser co-participantes em fundos de investimento para projetos de infra-estrutura no Brasil. Estão procurando o BNDES porque, como o banco conhece o País, eles têm confiança de que os projetos em que o banco entra têm um selo de garantia de qualidade. E eles chegaram aqui depois da queda dos mercados", diz Bittencourt. Segundo o diretor, os dois setores que estão puxando as operações do banco são os de infra-estrutura e de insumos industriais básicos (mineração, siderurgia, metalurgia, papel e celulose). Estes segmentos serão os grandes responsáveis pela liberação de empréstimos este ano acima dos R$ 61 bilhões inicialmente previstos no orçamento, o que significará aumento de 35% sobre o ano de 2006. "Nos últimos 12 meses encerrados em julho, as aprovações gerais do banco foram de R$ 92,4 bilhões, 59% superiores à do período anterior. Desde 2004 há uma força muito grande no investimento puxada por grandes projetos de siderurgia, mineração, metalurgia, papel e celulose, química e petroquímica. São segmentos que continuam firmes em função do preço das commodities e da demanda da China, que ainda é alta. Continuamos negociando todas as operações que estavam em andamento. Não há nenhum projeto em que os investidores desistiram ou pediram para dar um tempo", afirmou Bittencourt. Boa parte dos projetos de infra-estrutura faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Já os de insumos básicos são de ampliação de capacidade produtiva. "Esses setores crescem em saltos, por degraus, e estavam com sua capacidade batendo no limite. Todos estão num momento de investimento", diz Bittencourt. Ele lembra, ainda, que a redução dos custos de financiamento do banco voltou a atrair grandes empresas que captavam quase exclusivamente no exterior. É o caso, por exemplo, da Companhia Vale do Rio Doce, que tomou financiamento de R$ 1,359 bilhão para o projeto de expansão da ferrovia de Carajás, no Pará. "A Vale, particularmente, como é muito exportadora, tem interesse grande em ter um hedge em moeda externa. De qualquer forma, voltou, sim, ao BNDES. Não só fizemos essa operação como temos outras sendo negociadas para apoiar o programa de investimentos da Vale". Entre os projetos aprovados nos últimos três meses, ele cita o da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), da ThyssenKrupp, no Rio, com financiamento do banco de R$ 1,5 bilhão; Forte Chapecó, de R$ 1,665 bi; CTEEP, de R$ 764 milhões; e Paranatinga Energia, de R$ 123 milhões.

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