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BNDES nega idéia de forçar câmbio com fundo soberano

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Por Célia Froufe (Broadcast)
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O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, negou hoje que o Fundo Soberano de Investimento, cuja criação está em estudo pelo Ministério da Fazenda e pelo Banco Central, acabe como um instrumento de interferência no mercado de câmbio. "Não há risco de duplicidade no mercado de câmbio e não há intenção de pressionar adicionalmente este mercado", disse, antes de iniciar palestra no 12º Encontro Anual da Indústria Química, realizado pela Abiquim, em São Paulo. Coutinho explicou que não há intenção de que os recursos, eventualmente obtidos pelo BNDES por meio do Fundo, sejam convertidos em aplicações nas empresas no Brasil. De acordo com ele, se tiver acesso ao fundo, sua verba será direcionada à internacionalização das empresas brasileiras. "Serão apenas para operações no exterior", comentou, explicando que o BNDES tem necessidade de fundo de recursos em moeda estrangeira. O presidente do BNDES disse também que, inicialmente, está prevista uma verba de aproximadamente US$ 5 bilhões para este trabalho, mas que no futuro este montante poderá crescer para algo mais perto de US$ 10 bilhões. "Não estamos sendo gulosos, mas espelhamos o momento favorável para o Brasil", considerou. Coutinho ressaltou que é melhor para o País que o BNDES busque recursos adicionais para atender à demanda das empresas que buscam crescer e investir do que simplesmente racionar o crédito existente. O dinheiro a ser obtido pelo BNDES terá como destino, segundo Coutinho, as empresas de uma nova geração, "da segunda divisão", uma vez que as companhias que já passaram pelo processo de internacionalização conseguem obter financiamento diretamente no mercado. "Mas se isso virá do Fundo ou do Tesouro é algo em discussão", afirmou, lembrando que essa elaboração cabe exclusivamente à Fazenda e ao BC.

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