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BNDES oferece novas condições de crédito para exportadores

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Por Redação
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A linha especial de 5 bilhões de reais de crédito para exportadores a ser concedida pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), anunciada segunda-feira pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, oferecerá condições diferenciadas para o setor automotivo e de bens de consumo. Segundo o presidente do banco, Luciano Coutinho, o uso de parte das reservas brasileiras para recuperar as linhas de crédito à exportação tem a finalidade de suprimir temporariamente a escassez global de crédito gerada pela crise financeira. "A expectativa é que o crédito seja restaurado com brevidade." A linha especial de pré-embarque para as exportações, como a batizou o BNDES, oferece condições novas para alguns setores da economia. No caso do setor automotivo, que incluiu caminhões, ônibus e tratores, mas exclui automóveis, o banco abre duas possibilidades: o financiamento em reais com taxa fixa de 15 por cento mais o spread do agente repassador, ou uma taxa em dólar, que varia com uma cesta de moedas, que hoje estaria em 7,65 por cento, mais o spread do agente. Para essas duas modalidades, não existe limite para o financiamento. No caso dos bens de consumo, as condições são as mesmas, mas como o banco trabalha com a expectativa de uma demanda maior, fixou um limite de 150 milhões de dólares por empresa. "Estamos triplicando o limite por empresa nesse segmento", disse Coutinho. Para os setores de bens de capital para a indústria, equipamentos de infra-estrutura e material aeronáutico ficam mantidas as condições atuais de prazo de 18 meses com base na TJLP. Luciano Coutinho estimou que o esforço do BNDES de dar dinamismo às exportações pode elevar o desembolso do banco para o setor. Até agosto, o BNDES destinou 3,5 bilhões de dólares para financiar exportações --crescimento de 30 por cento sobre 2007--, valor que em condições normais chegaria a 6 bilhões de reais até o fim do ano. "Se houvesse demanda total dos novos recursos, o que não acredito, fecharia o ano com 8 bilhões de dólares", afirmou.. O presidente do BNDES ressaltou que o banco não é o principal agente financiador das exportações e desempenha um papel auxiliar nesse momento de crise global. "Nosso esforço é suprir linhas para um mercado carente momentaneamente." Coutinho disse que não houve redução da demanda por financiamentos no banco e que ainda é cedo para avaliar impactos da crise. "Até o fim de setembro, a economia brasileira rodou com muita firmeza", destacou. (Reportagem de Mair Pena Neto, Edição de Vanessa Stelzer)

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