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BNDES pode financiar empresa de Varig e TAM

Por Agencia Estado
Atualização:

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pode dar um financiamento posterior ao entendimento entre a Varig e a TAM, revelou hoje o presidente do banco, Carlos Lessa. As duas companhias aéreas assinaram na quinta-feira um protocolo de intenções de, juntas, constituírem uma nova empresa. "O BNDES, neste processo, não é um iniciador. Ele pode dar um financiamento depois", afirmou Lessa. Ele ressaltou que a participação do banco na reestruturação da Varig e TAM seria uma medida difícil de ocorrer se as duas companhias não tivessem caminhado para a fusão. "Dificilmente o BNDES teria como ajudar esta ou aquela empresa sem acabar acirrando mais ainda a concorrência predatória no setor", disse, referindo à guerra de tarifas travada pelas empresas do setor aéreo, à questão dos horários superpostos de vôo e outras medidas desse tipo. O acordo entre as empresas aéreas é privado, mas tem sido acompanhado de perto pelo governo. Tanto é assim que o anúncio da assinatura do protocolo entre Varig e TAM foi feito em Brasília, com a participação dos ministros da Defesa, José Viegas, e do Desenvolvimento, da Indústria e do Comércio, Luiz Fernando Furlan. Outras empresas do setor poderão se juntar à Varig e à TAM na nova companhia, previu Furlan na ocasião. O protocolo firmado pelas duas companhias prevê um cronograma de seis meses para a definição sobre a efetivação da fusão, a elaboração de um plano de negócios e a decisão sobre a utilização ou não de marcas distintas nos aviões. Hoje, ao discursar em almoço do Fórum de Reitores das Universidades do Rio de Janeiro em sua homenagem, Lessa fez referência à Argentina, atribuindo a crise do país vizinho à "política neoliberal" adotada nos últimos anos. Segundo ele, a Argentina foi um dos países que mais concordaram com "o receituário do Consenso de Washington e foi depredada, perdeu todos os seus ativos". Ele também comentou que "os neoliberais" deveriam estudar melhor o que "a concorrência predatória" fez com o setor de aviação brasileiro. Já sobre a sua administração no banco, afirmou que "serão honrados todos os compromissos assumidos anteriormente pelo BNDES e as metas e objetivos que o banco perseguia continuará perseguindo". Entre estas metas, citou o desenvolvimento do mercado de capitais das pequenas e médias empresas, aos fabricantes de máquinas e equipamentos e ao comércio exterior. "A grande novidade é a inclusão social proposta pelo presidente da República", disse. Para Lessa, a inclusão social "é uma magnífica oportunidade para os empresários deste País e o BNDES está sinalizando nesta direção". De acordo com ele, a cadeia produtiva de alimentos, especialmente os que têm mais proteínas, deve aumentar com o programa Fome Zero e a inclusão de 50 milhões de brasileiros - segundo número citado por Lessa.

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