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BNDES pode reeditar programa de crédito garantido e suspensão da cobrança de dívidas, diz Montezano

Segundo presidente do banco, há discussões, no governo federal e no Congresso Nacional, em torno do programa que, em 2020, garantiu R$ 92,1 bilhões em empréstimos

Por Vinicius Neder
Atualização:

RIO - Ainda não tem nada decidido, mas o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) poderá reeditar parte das medidas lançadas em 2020 para mitigar a crise causada pela covid-19, afirmou nesta sexta-feira, 12, o presidente da instituição de fomento, Gustavo Montezano.

Conforme o executivo, não há nenhuma demanda formal do Ministério da Economia para que o banco reabra o Programa Emergencial de Acesso ao Crédito (Peac), desenhado para garantir financiamentos concedidos por todos os bancos do sistema financeiro. Com aporte de R$ 20 bilhões do Tesouro Nacional no FGI, fundo de aval do BNDES, o Peac garantiu R$ 92,1 bilhões em empréstimos. 

O presidente do BNDES, Gustavo Montezano. Foto: Adriano Machado/Reuters

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Por outro lado, Montezano confirmou que há discussões, no governo federal e no Congresso Nacional, em torno de uma reedição do Peac. Na quinta-feira, 11, o secretário especial de Produtividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa, afirmou que o governo trabalha com recursos que sobraram no FGI para que haja mais R$ 2 bilhões para micro e pequenas empresas.

Questionada, a diretoria do BNDES não detalhou informações sobre essas sobras nem como poderiam ser usadas. Montezano se limitou a dizer que o banco de fomento está “operacionalmente” preparado para reeditar o Peac, caso haja decisão por parte do governo. “Havendo decisão, o BNDES está preparado”, afirmou o presidente do banco.

Internamente, Montezano informou que o BNDES estuda reeditar a suspensão da cobrança de dívidas (medida conhecida no mercado como “standstill”). No ano passado, o banco deixou de cobrar R$ 13,6 bilhões de empresas e R$ 3,9 bilhões de governos. Segundo a diretora financeira, Bianca Nasser, a medida levou a renegociações nos contratos de financiamento que respondem por 43% da carteira de crédito do banco.

“Na nossa carteira, estamos estudando, de forma setorial, alguma flexibilização (na cobrança de dívidas), sim. Se fizermos alguma coisa, será setorial, diferentemente (da suspensão) de março do ano passado, que foi transversal”, afirmou Montezano. 

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