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BNDES poderá assumir dívida da Eletropaulo

Por Agencia Estado
Atualização:

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) poderá herdar um rol de dívidas da Eletropaulo, caso a solução adotada para o impasse sobre o pagamento da dívida da AES seja a entrega da distribuidora paulista ao banco. Principal credor da AES, o BNDES poderá ainda ter de ressarci-la pelos investimentos feitos desde a privatização, em 1997, e ainda não amortizados. O dinheiro seria obrigatoriamente usado na quitação de dívidas com outros credores. O mercado financeiro está apostando numa solução negociada para o caso, embora tecnicamente a Eletropaulo já possa ser considerada um ativo do BNDES, já que a AES não cumpriu prazos de vencimento de débitos. Há divergências no mercado sobre a assunção das dívidas da distribuidora pelo banco, no caso de as ações que garantem o controle da Eletropaulo ? dadas como garantia para o financiamento feito na época da privatização ? sejam revertidas para a lista de ativos do BNDES. A direção do BNDES não se pronuncia a respeito, apenas informa que está ?em negociações? com a AES. A empresa norte-americana não conseguiu honrar dívidas de US$ 1,154 bilhão. As expectativas de mercado são de um alongamento no prazo para pagamento da dívida, que serviria como um padrão de negociação com outras empresas do setor. O problema é que, neste caso, para permitir uma reestruturação da empresa, o período teria de ser longo, não inferior a seis anos. ?O BNDES deve estar tentando uma solução que restabeleça o equilíbrio financeiro do setor elétrico, o que só será alcançado quando as empresas voltarem a dar lucros, distribuir dividendos e, em cima desses dividendos, amortizarem suas dívidas?, diz Marcos Severine, do banco BBA. Para ele, o problema é setorial, com algumas empresas tendo que pagar até US$ 600 milhões mensalmente em dívidas. Aline Cardoso, do Brascan, acredita que se assumir concessões de serviços de distribuição de eletricidade, o BNDES também deverá ter de responder pelas dívidas. Ela não comenta casos específicos, mas lembra que há empresas do setor elétrico cumulando em torno R$ 2 bilhões somente em juros de dívidas.

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