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BNDES prepara mais ações de apoio ao setor produtivo

Indústria automobilística deve ser contemplada com novas medidas

Por Adriana Chiarini e
Atualização:

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) prepara medidas no âmbito da Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP). Elas incluem os setores automotivo e de bens de capital, mas não apenas eles, segundo uma fonte. A expectativa é de que o presidente da instituição, Luciano Coutinho, faça um anúncio na próxima semana. Ontem, Coutinho se reuniu em São Paulo com o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Jackson Schneider "para uma análise de conjuntura e monitoramento do mercado, principalmente em relação às exportações", disse Schneider. "Nenhuma medida concreta foi discutida". O BNDES só pode atuar em linhas de financiamento para caminhões e ônibus. No dia 26, entrou em vigor a volta do financiamento de 100% do valor do caminhão, mas a medida enfrenta problemas burocráticos, informaram revendedores. Antes, o banco financiava até 80% do valor do veículo. O BNDES está "analisando como criar incentivos positivos para o emprego", informou Coutinho na quinta-feira. Ele é contra a possibilidade de condicionar a concessão de crédito à manutenção de empregos, o que, disse, "não seria inteligente". Desde o agravamento da crise financeira internacional, em setembro, o banco estatal tem tomado medidas para facilitar o crédito. O objetivo é compensar em parte a forte retração no mercado externo e a piora das condições no setor privado doméstico. Em geral, são medidas destinadas a todos os setores. Agora, cresceu a preocupação com o emprego. Coutinho afirmou que o banco e o governo como um todo estão atentos à questão. "O que nós pudermos fazer para que as empresas mantenham seus empregos ou posterguem demissões, nós vamos fazer", disse. A prioridade do banco é apoiar investimentos. Excepcionalmente em função da crise, o banco ampliou seu papel na exportação e está financiando até capital de giro. USADOS O governo quer usar dinheiro do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para criar uma linha especial de financiamento para tentar tirar o comércio de carros usados da paralisia em que se encontra. A linha será operada pelo Banco do Brasil deverá somar R$ 2,5 bilhões. Os detalhes sobre a medida, que depende de aprovação do Conselho Diretivo do FAT, deverão ser anunciados na próxima semana. A ideia é usar a experiência nesse segmento do Banco Votorantim, recentemente adquirido pelo BB. "O Conselho ainda não recebeu nenhuma proposta oficial sobre isso, mas não vemos problema em analisá-la se o governo considerá-la importante para enfrentar a crise", disse ontem o presidente do Codefat, Luiz Fernando Emediato (leia mais ao lado). Schneider disse desconhecer essa iniciativa. De qualquer forma, afirmou que "uma medida para retomar o ritmo de vendas é positiva, não só porque repercute no mercado de usados, mas também porque estimula a troca por modelos novos". Segundo o presidente da Anfavea, 70% das vendas de veículos novos são feitas com a troca de usados. No fim do ano passado, o BB e a Nossa Caixa liberaram R$ 8 bilhões para o financiamento de carros novos. Schneider voltou a dizer que a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), em vigor desde dezembro, ajudou a reverter a queda nas vendas de automóveis verificada em novembro. "Em dezembro os negócios já melhoraram em 9,4% e, em janeiro, é possível que fiquem igual ou um pouco superiores às de dezembro". No mês passado foram vendidos 194,5 mil veículos. Para este mês, a Anfavea prevê entre 190 mil a 200 mil, ainda assim inferior ao resultado de janeiro de 2008, de 215 mil unidades.

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