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BNDES quer substituir DI no crédito de longo prazo

Por GABRIELA FORLIN E SUZANA INHESTA
Atualização:

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está trabalhando para fomentar o mercado de renda fixa brasileiro, segundo André Loureiro, chefe do Departamento de Investimentos do banco. "Esta é uma agenda que estamos tentando desenvolver. Temos como objetivo apoiar o fomento do mercado de renda fixa e incentivar a substituição do indexador DI por taxas compatíveis com o financiamento de longo prazo", afirmou o executivo durante o workshop Criação de Valor, promovido pela Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca).No caso das debêntures de mercado, Loureiro detalhou que o prazo deve ser maior ou igual a dois anos, sem possibilidade de resgate em prazo inferior a seis anos, e que a classificação de risco não pode ser inferior a ''BBB-'' pela Área de Crédito do BNDES.Já sobre as debêntures de infraestrutura, o executivo disse que estes são produtos que o banco "tem mais flexibilidade na atuação". "Com este segmento, nosso objetivo é compor a carteira de títulos de renda fixa com a finalidade de criar uma base complementar de recursos para projetos de infraestrutura", comentou. No caso destes produtos, o prazo deve ser maior ou igual a quatro anos e o valor da emissão deve ser de até R$ 300 milhões, segundo Loureiro, pois uma emissão de maior valor, na visão do banco, deve ser uma oferta de ações.O executivo detalhou que nessas ofertas os limites são de até 50% da emissão total ou 100% para emissões de até R$ 75 milhões. Neste segmento, a classificação de risco não pode ser inferior a ''BB'' no caso de apoio direto à Sociedade de Propósito Específico (SPE), ou ''BBB-'' no caso de apoio à holding pela Área de Crédito do BNDES.A carteira da BNDESPar encerrou o ano de 2012 com valor estimado de mercado em R$ 89 bilhões, segundo Loureiro. Nesse período, o braço de participações do banco contava com R$ 76,3 bilhões em ações, R$ 10,3 bilhões em debêntures conversíveis e R$ 2,4 bilhões em fundos de investimento. A remuneração recebida no ano passado foi de R$ 4,9 bilhões, com rendimento de 5,5%.A carteira contava com 175 empresas que tiveram apoio direto (sendo cerca de 40 de capital fechado) e 38 fundos investidos (cada um com cinco ou seis empresas participadas). "É um desafio grande manter o equilíbrio da carteira com companhias abertas e fechadas", comentou Loureiro.Em relação à distribuição setorial da carteira de renda variável da BNDESPar, o executivo afirmou que 41,4% correspondem ao segmento de petróleo e gás, 19,5%, à mineração e 11%, ao setor de energia elétrica. O segmento alimentício vem em quarto, com 5,9% de participação, e o de papel e celulose vem em quinto, com fatia de 5,8%.

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