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BNDES terá participação de 12% na LLX

Banco subscreverá 25% do aumento de capital de R$ 600 milhões

Por Nicola Pamplona , Adriana Chiarini e Daniele Carvalho
Atualização:

O BNDESPar, empresa de participações do BNDES, acertou a compra de 12,05% do capital da LLX Logística, do empresário Eike Batista. A operação se deu por meio de um aumento de capital na empresa no valor de R$ 600 milhões, dos quais R$ 150 milhões serão provenientes do BNDES. Ontem, Eike Batista e o governador do Rio, Sérgio Cabral, visitaram as obras do Porto do Açu, em São João da Barra, principal projeto da LLX. O empresário não acredita em impacto significativo da crise sobre os investimentos de suas companhias. "Nos últimos 15 anos construiu-se uma capacidade ineficiente de produção. Quando você cria um projeto eficiente, rouba mercado de outros." Para se tornar sócio da empresa, o BNDESPar pagará R$ 1,80 por ação, o que equivale a um ágio de 27% sobre a média ponderada do volume dos últimos 60 dias de negociação. O banco justificou o sobrepreço dizendo que "as condições atuais do mercado não refletem o potencial de valorização da empresa". O presidente da LLX, Ricardo Antunes, fez discurso semelhante. "A avaliação não foi feita com base no valor atual da ação, que está deprimido. Foi feita com base no valor dos projetos que a empresa tem." Ele citou como um motivo para avaliação futura a movimentação do minério já acertada com a Anglo American - por meio do projeto Minas-Rio - e o fato de 66 memorandos de entendimento terem sido assinados por empresas interessadas em se instalar no Porto do Açu. A LLX Logística tem dois projetos em desenvolvimento. O maior é o do porto do Açu, com terminais para a movimentação de minério de ferro e carga geral. A expectativa é iniciar a operação em 2011. Em processo menos avançado está o porto do Sudeste, na Baixada Fluminense, que movimentará minério de ferro. Além dos R$ 150 milhões do BNDES, Eike Batista, por meio de sua empresa Centenial, e o fundo de pensão canadense OTPP, subscreverão R$ 311 milhões em ações. Os R$ 138 milhões que restam para atingir os R$ 600 milhões previstos virão da adesão de acionistas minoritários. "Caso a adesão não atinja os R$ 138 milhões, Centenial e OTPP se comprometeram em adquirir as ações que restarem", disse Antunes. O mercado não reagiu bem à operação de aumento de capital. Temendo a baixa adesão de minoritários por conta do ágio, as ações ordinárias da LLX caíram 7,28% ontem, enquanto o Ibovespa fechou com queda de 1,05%. "É cedo para dizer que o mercado reagiu mal. Vamos ver a resposta daqui a algumas semanas. Agora temos recursos para tocar nossos projetos", avalia Antunes. Além do aumento de capital, a LLX vai recorrer a financiamentos no BNDES. Segundo Antunes, está em fase de enquadramento crédito para o porto do Açu. "Avalia-se financiamento de 75% do projeto, orçado em US$ 700 milhões." Também foi pedido financiamento para o porto do Sudeste, que tem orçamento de US$ 380 milhões.

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