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Boletim da CNI apura crescimento da atividade industrial

Por Agencia Estado
Atualização:

As exportações vêm sendo o carro-chefe do crescimento do nível da atividade industrial, segundo o boletim Sondagem Industrial, divulgado nesta terça-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O presidente da entidade, deputado Armando Monteiro Neto (PMDB-PE), informou que a atividade industrial apresentou um crescimento moderado no terceiro trimestre deste ano em comparação com o segundo. Ele, no entanto, ponderou que a pesquisa foi finalizada em 16 de outubro e, portanto, não captou ainda os efeitos da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar a taxa de juros. "O crescimento do nível de atividade pode surpreender, mas pode ser explicado pelo desempenho das exportações, que vêm puxando a atividade industrial", afirmou. ?Esse aumento também se deve à substituição de importações. O boletim da CNI mostra que a expectativa dos industriais é que o aumento das exportações deverá continuar puxando o aumento do nível da atividade do setor, nos próximos meses. Para o presidente da CNI, essa decisão certamente se refletirá no nível da atividade industrial. "Neste último trimestre, temos sempre o componente da sazonalidade, quando a demanda cresce", disse ele. "Mas a questão dos juros tem sempre um efeito recessivo". A pesquisa divulgada pela CNI não revela o porcentual de crescimento da atividade industrial. Otimismo O boletim mostra que os empresários do setor estão otimistas em relação a seus próprios negócios e a seu faturamento. Os indicadores de evolução da produção e do faturamento para a indústria ultrapassam a linha dos 50 pontos numa escala de zero a 100, indicando uma evolução positiva, segundo o boletim divulgado há pouco pela CNI. Foram registrados 51,8 pontos para as expectativas de evolução da produção e 53,6 pontos para a evolução do faturamento. Valores abaixo de 50 indicam uma evolução negativa. Quanto às expectativas relativas ao aumento das exportações, também houve crescimento, de 54,2 pontos, no segundo trimestre do ano, para 56,1 pontos no terceiro. O nível de utilização da capacidade instalada também apresentou crescimento, no terceiro trimestre de 2002, subindo 3 pontos porcentuais em relação ao trimestre anterior. O maior aumento se deu entre as grandes indústrias, que registrar am 79% de ocupação, segundo a Sondagem Industrial. Este porcentual é o mais alto para um terceiro trimestre desde o início da série, em 1998. As pequenas e médias empresas registraram um nível de ocupação de 70%. ?Postura responsável? Monteiro Neto reagiu bem à afirmação feita hoje por Antonio Palocci, coordenador da campanha presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de que em um eventual governo petista não haveria redução imediata da taxa de juros, para evitar aumento da inflação. Para ele, a declaração de Palocci mostra "uma postura responsável, porque, da mesma forma que o presidente Fernando Henrique Cardoso não politizou a taxa de juros, atuando independentemente do calendário eleitoral, seria sensato que as equipes dos candidatos mostrem que não vão promover um movimento brusco que possa comprometer o ambiente atual, que já é delicado e precisa de uma condução responsável". Para o presidente da CNI, a gestão fiscal tem que ser conservadora. Todos os indicadores da evolução do nível de atividade industrial apresentaram no terceiro trimestre do ano uma avaliação melhor, segundo o boletim Sondagem Industrial. À exceção do nível de emprego, os demais indicadores ficaram acima da linha de 50 pontos - nível que indica avaliação positiva. Os indicadores da pesquisa variam num intervalo de zero a 100 pontos. Abaixo dos 50 pontos, a avaliação é considerada negativa. Na questão do emprego, a pesquisa indicou 48,4 pontos. Apesar de estar abaixo da linha de avaliação positiva, o indicador apresentou leve melhora (um ponto) em relação ao da pesquisa realizada no primeiro e no segundo trimestres do ano. Produção Os indicadores de evolução da produção, faturamento e utilização da capacidade instalada apresentaram, respectivamente, 51,8 pontos, 53,6 pontos e 73 pontos. Nas pesquisas anteriores, apenas a utilização da capacidade instalada estava acima dos 50 pontos. O boletim da CNI fez ainda uma avaliação à parte dos estoques industriais e constatou que, em linhas gerais, os estoques de produtos finais caíram no terceiro trimestre do ano. Na avaliação do presidente da CNI, Armando Monteiro Neto, as empresas conseguiram aproximar os seus estoques do nível desejado, o que sinaliza que deve haver uma recomposição dos estoques nos próximos meses, com aumento do nível da atividade industrial. Uma piora na situação atual da economia brasileira em comparação aos últimos seis meses foi apontada por empresários da indústria na pesquisa. Em contrapartida, o indicador sobre a própria empresa apontou melhora na expectativa de seus donos, embora ainda tenha permanecido abaixo dos 50 pontos numa escala de zero a 100. Pelo critério utilizado na pesquisa, indicadores abaixo de 50 pontos representa m avaliação negativa. O indicador relativo à situação atual da economia do País caiu de 29,2 pontos na última pesquisa, realizada ao término do segundo trimestre do ano, para 28,9 pontos ao término do terceiro. Já o indicador da situação da própria empresa aumentou de 43,2 para 46,6 pontos e aquele relativo à expectativa quanto ao setor de atividade subiu de 34,3 para 38,5 pontos, no período de comparação. Na pesquisa da CNI foram ouvidos 1.500 empresas em todos os Estados.

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