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Bolívia ainda não começou a negociar preço do gás

A Petrobras continua afirmando que ainda não foi informada oficialmente da intenção boliviana de alterar o contrato

Por Agencia Estado
Atualização:

Apesar de o presidente da Bolívia, Evo Morales, ter afirmado que se encerraria nesta semana o prazo para negociar o aumento no preço do gás natural vendido para o Brasil, a Petrobras continua afirmando que ainda não foi informada oficialmente da intenção boliviana de alterar o contrato. O principal executivo da estatal para o Cone Sul, Décio Oddone, reiterou hoje que a informação só chegou à Petrobras por meio da mídia. "Não negociamos pela imprensa. O contrato prevê que qualquer desejo de alteração seja informado oficialmente e até o momento não formos informados desta intenção", disse em entrevista após participar do evento Business Future of the Americas, realizado pela Câmara de Comércio Americana. O executivo considerou ainda que a Petrobras "entende que o governo boliviano tem suas Razões". "Mas da nossa parte vamos buscar os nossos direitos. Isso significa fazer valer o contrato de importação de gás. Esperamos não ser obrigados a recorrer aos meios judiciais para isso", afirmou. Ainda segundo ele, a companhia deve consolidar na revisão do planejamento estratégico, prevista para ser divulgada em junho, sua intenção de expandir os investimentos no exterior, principalmente no oeste da África e Golfo do México. "Temos excelentes perspectivas de estarmos já produzindo volumes consideráveis em um dos 300 campos que operamos no Golfo, a partir de 2010", afirmou. Preocupações Sobre a América do Sul, ele lembrou que a Petrobras está presente em praticamente todos os países, com exceção do Chile, onde desde fevereiro instalou um escritório de representações, responsável por negócios anuais de US$ 800 milhões com a venda de petróleo brasileiro e produtos petroquímicos da Argentina para aquele país. Para o presidente da El Paso no Brasil, Eduardo Karrer, que também participou do evento no Rio, o momento de negociação dos contratos com a Bolívia é crítico e decisivo. "A Bolívia já vinha perdendo investimentos, mesmo antes do decreto de nacionalização e isso pode comprometer o aproveitamento das reservas", considerou. Karrer lembrou que as reservas bolivianas estão caindo em média 4% ao ano e sem novos investimentos não serão repostas, o que pode comprometer os contratos de fornecimento, entre eles, o feito com o Brasil.

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