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Bolívia não quer participação da Petrobras no Gasoduto do Sul

Ministro boliviano de Hidrocarbonetos, Andres Soliz Rada, rejeita presença da empresa brasileira no projeto porque "60% de suas ações estão nas mãos de transacionais"

Por Agencia Estado
Atualização:

A Bolívia não vai participar do Gasoduto do Sul - que pretende levar gás boliviano e venezuelano aos mercados argentino e brasileiro - se houver uma participação majoritária de capitais "transnacionais", afirmou o ministro boliviano de Hidrocarbonetos, Andres Soliz Rada, criticando a presença da Petrobras no projeto. O ministro fez a advertência ao apresentar um relatório no Senado boliviano sobre o decreto de nacionalização de hidrocarbonetos assinado semana passada. "Para que o Gasoduto do Sul funcione é preciso que seja executado por empresas estatais. Há um grave problema com a Petrobras, porque 60% das suas ações estão nas mãos de transnacionais", disse o funcionário. "Vamos investir enormes somas de dinheiro para beneficiar as transnacionais sócias da Petrobras?", indagou. Para Soliz Rada, "o problema é muito grave, não tanto para a Bolívia, a Venezuela ou a Argentina, mas sim para a Petrobras". Projeto Além da Petrobras, o projeto envolve as estatais Enarsa, da Argentina, Petróleos de Venezuela (PDVSA) e Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB). "A Petrobras vai ter que se decidir. Enquanto tiver como sócios majoritários as grandes transnacionais, o governo do presidente Evo Morales não vai participar do megaprojeto", disse Soliz Rada. O ministro boliviano garantiu que não vão faltar investidores, apesar da recente mudança nas regras do jogo. Ele prevê também que haja um bom mercado para o gás boliviano, considerando a demanda de Brasil, México, Argentina, Paraguai e Uruguai. Evo Morales acusou a Petrobras de trabalhar "ilegalmente no país". A empresa respondeu com "indignação" e o governo brasileiro com "estranheza".

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