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Bolívia nega licença à EBX para instalação de siderúrgica

Habitantes de Puerto Suárez e Puerto Quijarro tomaram como reféns, na quarta-feira, três ministros para reivindicar a autorização

Por Agencia Estado
Atualização:

O vice-presidente da Bolívia Alvaro García Linera confirmou que não dará licença ambiental à brasileira EBX para instalar uma siderúrgica, apesar da pressão dos habitantes da região de fronteira com o Brasil, local do projeto. Linera criticou os habitantes de Puerto Suárez e Puerto Quijarro por tomarem como reféns três ministros, para reivindicar a autorização. Os ministros de Planejamento e Desenvolvimento, Carlos Villegas, de Desenvolvimento Econômico, Celinda Sosa, e de Mineração, Wálter Villarroel, foram resgatados por um comando militar na madrugada de quarta-feira, após quase dez horas em que foram feitos prisioneiros. Linera disse que a empresa MMX, filial da EBX do Brasil, violou as leis tributárias e ambientais da Bolívia, e não vai receber o selo de aprovação necessário. Carvão vegetal As autoridades mandaram suspender a construção da usina, porque está na faixa de 50 quilômetros da fronteira, onde nenhum estrangeiro pode ter propriedades. Além disso, o projeto pretende utilizar carvão vegetal para gerar energia. As organizações populares da região argumentam que a siderúrgica representa postos de trabalho e que o carvão não será retirado do território boliviano. O canal de TV Unitel mostrou os ministros sendo insultados e agredidos por pessoas enfurecidas durante uma assembléia sobre o futuro do projeto de fundição de ferro. "Poderão seqüestrar nossos ministros e até nos matar, mas não permitiremos que usufruam ilicitamente de nossos recursos naturais", disse o vice-presidente García Linera.

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