PUBLICIDADE

Publicidade

Bolívia quer expulsar empresa que registre reservas de gás

"Podem as empresas inscrever em bolsa as reservas? Eu lhes digo enfaticamente que não, porque o proprietário é o Estado boliviano", afirmou ministro boliviano

Por Agencia Estado
Atualização:

A Bolívia advertiu na quarta-feira, 21, que expulsará as empresas multinacionais que inscreverem como suas nas bolsas as reservas de gás que exploram no país, ratificando além disso o caráter "irreversível" da nacionalização iniciada em 2006. A advertência foi feita pelo ministro de Hidrocarbonetos, Carlos Villegas, ao encerrar dois dias de explicações a uma comissão do Senado que analisa uma lei que altera os 44 contratos assinados com petrolíferas como a brasileira Petrobras, a espanhola Repsol-YPF e a francesa Total, no processo de nacionalização. "Podem as empresas inscrever em bolsa as reservas? Eu lhes digo enfaticamente que não, porque o proprietário é o Estado boliviano", afirmou Villegas, referindo-se a denúncias de que a nacionalização decretada pelo presidente Evo Morales não havia retomado plenamente a propriedade estatal. "Se houver alguma empresa que tome decisões sobre as reservas nas bolsas de valores, a decisão imediata que teremos que tomar será expulsá-la de imediato, porque a propriedade é e será da Bolívia. Este é o princípio central da nacionalização", acrescentou. A nacionalização passou às mãos da estatal YPFB o controle da indústria de gás natural, principal produto de exportação da Bolívia, cujas vendas ao Brasil e à Argentina devem atingir quase US$ 2 bilhões neste ano. O ministro não citou em sua fala nenhuma empresa, ainda que a imprensa local tenha publicado nas últimas semanas um suposto informe da Petrobras, segundo o qual havia proclamado seu direito de registrar em bolsas internacionais as reservas de gás que explora na Bolívia. A lei de emenda dos "petrocontratos" já foi aprovada pela Câmara dos Deputados, de maioria governista, e sua votação no Senado, onde a oposição predomina, está prevista para o final deste mês. Villegas, que defendeu enfaticamente o caráter "irreversível" da nacionalização, disse que depois da "recuperação da propriedade e do controle dos hidrocarbonetos", a Bolívia empreenderá um agressivo plano de exportações e de produção em sociedade com empresas estrangeiras. "Nós não vamos ficar com as atuais reservas de 48,7 milhões de pés. Precisamos de mais", afirmou.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.