PUBLICIDADE

Publicidade

Bolivianos fazem manifestação na divisa com o Brasil

Os trabalhadores impedem o funcionamento comercial em 16 municípios da divisa, como forma de protestar contra a extinção da siderúrgica EBX

Por Agencia Estado
Atualização:

Trabalhadores desempregados da região boliviana de Puerto Suarez, divisa com Corumbá no Pantanal de Mato Grosso do Sul, repetem nesta terça-feira o que denominaram "Páro Cívico". O ato foi iniciado após o presidente Evo Morales anunciar a possibilidade de extinguir a operação da Siderúrgica EBX na região. Os manifestantes impedem, desde a meia-noite, o funcionamento do comércio em 16 municípios da divisa entre os dois países. O líder do Comitê Cívico de Puerto Quijarro, Edgar Hurtado, garante que nenhum comerciante abrirá estabelecimento e as estradas ficarão bloqueadas, principalmente a que liga Puerto Suarez a Santa Cruz de La Sierra. Além disso, o aeroporto e o terminal ferroviário continuarão com suas atividades paralisadas. Turistas estrangeiros, trens carregados de mercadorias e dezenas de pessoas aguardam a liberação dos transportes de passageiros para seguir viagens com destino a La Paz e Santa Cruz de La Sierra. Soldados do exército continuam em estado de alerta, porém com ordens para apenas defender o Gasoduto Bolívia/Brasil. Decisão O "Páro Cívico" foi decido em uma assembléia popular dos moradores de Arroyo Concépcion; Puerto Quijarro; Puerto Suarez e EL Carmen Riveiro Torrez. Os gritos contínuos de "queremos lugar para trabalhar a EBX tem que ficar" estão mais escassos entre os manifestantes. Eles evitam citar o nome da empresa brasileira, substituindo-o por "criação e manutenção de postos de trabalho". A mudança pode ser justificada pela presença massiva de militares que ocuparam desde as primeiras desta terça os postos de combustíveis que são abastecidos por estatais bolivianas. Soldados da Polícia Nacional e do exército estão garantindo o abastecimento desses estabelecimentos por empresas bolivianas. Nos postos mais próximos da fronteira com Corumbá, as guarnições militares estão contando com até 20 militares em cada um desses locais. Conforme disseram líderes do movimento, a preocupação com a entrega da gasolina e gasoduto Bolívia-Brasil, está mantendo o exército ocupado e adiando uma decisão drástica sobre as obras da siderúrgica brasileira. Nester terça foi notada a ausência total de vigília no portão principal do canteiro de obras da EBX. Durante a semana passada, com os boatos de que o presidente Evo Moralles havia decidido pela demolição da obra, dezenas de manifestantes se postaram no portão de entrada, para evitar qualquer interferência. A construção está totalmente parada. Este texto foi atualizado às 14h51.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.