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Bolsa acumula alta de 10% em outubro

Com a alta de 3,25%, Ibovespa acumula um ganho de 10% no mês de outubro. O atual patamar está apenas 1,9% abaixo do nível registrado antes do ataque terrorista. No ano, os negócios ainda estão com uma queda acumulada de 23,3%.

Por Agencia Estado
Atualização:

O Ibovespa - índice que mede a valorização das ações mais negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) - subiu ontem 3,25%, impulsionado pela expectativa favorável do mercado em relação ao novo pacote da Argentina, pelo bom desempenho das ações de empresas de energia elétrica e pela valorização dos papéis negociados nas bolsas de Nova York. Com esta alta, a bolsa brasileira passou a acumular ganho de 10% no mês. O Ibovespa encerrou os negócios em 11.699 pontos, apenas 1,9% abaixo do nível em que se encontrava antes do ataque terrorista aos Estados Unidos, em 11 de setembro. No ano, porém, o índice está em baixa de 23,3%. O diretor de Renda Variável da BankBoston Asset Management, Júlio Ziegelmann, entende que a recuperação da Bolsa neste mês deve-se principalmente à melhora do cenário externo nos últimos dias. O índice Nasdaq - que mede a valorização das ações do setor de tecnologia e Internet em Nova York -, que ontem subiu 2,2%, está em alta de 13,96% no mês, e já zerou as perdas provocadas pelo atentado. Além disso, o mercado ficou mais otimista em relação à Argentina. Muitos investidores esperavam que, depois das eleições do dia 14, o país vizinho seria obrigado a dar um calote na dívida ou a desvalorizar a moeda. Como nada disso ocorreu, o prêmio de risco país recuou - caindo da máxima de 1.893 para 1.678 pontos -, e os analistas passaram a apostar que a Argentina deve conseguir no mínimo uma sobrevida com o pacote que será anunciado nos próximos dias. Para o diretor de Renda Variável do banco Lloyds TSB, Pedro Thomazoni, há uma correção do movimento "exageradamente pessimista" que tomou conta dos mercados depois do ataque terrorista. Além da melhora das bolsas americanas e da expectativa positiva quanto à Argentina, Thomazoni cita o bom desempenho das ações de energia elétrica nos últimos dias. A notícia de que o governo paulista poderá dividir a Cesp em três geradoras, para diluir a dívida da empresa e tornar viável a privatização, fez os papéis preferenciais (PN, sem direito a voto) subirem 13,69% ontem. No mês, essas ações estão em alta de 82,47%. Celesc PNB também teve bom desempenho, refletindo a expectativa de que a dívida de R$ 599 milhões da empresa pode ser federalizada. As ações subiram 11,9% ontem, ampliando o ganho no mês para 27%. Alta ainda não é consistente Mas os analistas não acreditam que a trajetória de alta da Bolsa seja consistente. Para Michel Campanella, da corretora Socopa, o Ibovespa tem fôlego para subir até 12,5 mil pontos no curto prazo. "Para ultrapassar esse nível, é preciso que ocorram mudanças significativas no cenário", afirma ele. Thomazoni também não vê espaço para uma valorização expressiva da Bolsa. Segundo ele, o Ibovespa pode buscar o patamar de 12 mil pontos e oscilar nesse nível por algum tempo.

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