Mesmo com a desistência do governo federal de levar adiante a reforma da Previdência, a bolsa brasileira registrou mais um dia de recorde nesta terça-feira, 20. O Ibovespa, principal indicador da Bolsa de São Paulo, fechou em alta de 1,19%, aos 85.803 pontos. Esse foi o quinto pregão consecutivo de alta.
De acordo com analistas, o mercado já não contava mais com a aprovação das mudanças na aposentadoria. Ao mesmo tempo, as declarações do governo de que a privatização da Eletrobrás deve ocorrer ainda este ano animaram os investidores. As ações da estatal de energia foram as que mais subiram no pregão. Os papéis preferenciais registraram alta de 8,65% e os ordinários (com direito a voto), de 6,82%.
O secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Paulo Pedrosa, afirmou que a aprovação da venda pelo Conselho de Administração deve ocorrer no início do segundo semestre, e o pagamento da outorga de R$ 12,2 bilhões à União pode ocorrer, no limite, no último dia útil do ano, em 28 de dezembro.
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Pedrosa disse também que as distribuidoras da Eletrobrás não serão leiloadas completamente saneadas aos novos investidores. Por terem patrimônio negativo, as subsidiárias serão vendidas pelo valor simbólico de R$ 50 mil.
O governo anunciou a proposta como uma das prioridades para serem aprovadas pelo Legislativo este ano. O pacote com 15 pontos foi apresentado como alternativa à suspensão da reforma da Previdência.
Perto do fim do pregão, o Ibovespa chegou a desacelerar o ritmo de alta por causa do aprofundamento da queda, em Nova York, do Dow Jones com os investidores alterando posições no aguardo da ata da reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central americano)
Câmbio. O dólar operou em alta o dia todo, sob influência do cenário externo, marcado pelo fortalecimento generalizado da moeda. No mercado à vista, o dólar fechou próximo da máxima do dia, cotado a R$ 3,2593, com ganho de 0,76%.