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Bolsa bate novo recorde e dólar recua ainda mais

O otimismo, já exibido na segunda-feira, tem como pano de fundo a perspectiva de juro inalterado nos EUA e a situação favorável do ambiente econômico interno

Por Agencia Estado
Atualização:

O dólar e o risco Brasil deslizavam para novas mínimas históricas nesta terça-feira, enquanto o principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo - Ibovespa, que mede o desempenho das ações mais negociadas na Bolsa - alcançava novo recorde. O otimismo, já exibido na segunda-feira, tem como pano de fundo a perspectiva de juro inalterado nos Estados Unidos - um cenário favorável a países como o Brasil, já que taxas mais altas na principal economia do mundo poderiam tornar menos atrativos os ativos de emergentes. Internamente, conforta os investidores o bom comportamento das contas externas, que fez com que a agência de classificação de risco Fitch colocasse a nota do Brasil em perspectiva positiva no início da semana (veja mais informações nos links ao lado). Números do mercado O dólar encerrou a manhã em baixa de 0,53%, a R$ 2,0830. No patamar mínimo do dia, a moeda norte-americana foi cotada a R$ 2,0800 - patamar mais baixo em nove meses. Às 13h03, o risco Brasil - taxa que mede a desconfiança do investidor estrangeiro em relação à capacidade de pagamento da dívida do País -, medido pelo JP Morgan, cedia 3 pontos, para 179 pontos básicos. No menor nível da história, atingido mais cedo, o indicador chegou a 178 pontos básicos. Neste patamar, significa que o Brasil paga um prêmio de 1,79 pontos porcentuais acima dos juros dos títulos norte-americanos considerados sem risco. O Ibovespa subia 0,21%, a 45.380 pontos, após ter subido aos 45.485 pontos. "O alívio com o saldo positivo resultante da intensa pauta de eventos nos Estados Unidos na semana passada motivou o retorno dos estrangeiros ao mercado local, o que tem amparado a trajetória ascendente do Ibovespa, assim como a desvalorização do dólar e a queda dos juros futuros", resumiu a Link Corretora em relatório desta manhã. Uma saraivada de indicadores mostrou que a economia norte-americana está mais inclinada a um "pouso suave", o que não exige uma ação imediata do Federal Reserve. "Os últimos dados divulgados praticamente sepultaram os temores de uma recessão para os EUA no curto prazo", comentou a Sul América Investimentos. "O cenário de estabilidade da taxa de juro básico americana, ao longo deste semestre, mostra-se como o mais provável." Nesta tarde, o mercado acompanha um discurso do chairman do Fed, Ben Bernanke. O evento, previsto para 16h30 (horário de Brasília), não prevê sessão de perguntas e respostas. Ladeira abaixo Para analistas, a queda do dólar tende a continuar no curto prazo, uma vez que os bancos aumentam cada vez mais as posições vendedoras da moeda e a taxa de juro atrai investidores estrangeiros. Eles acreditam que a cotação baixa pode fazer com que o Banco Central reforce a atuação no mercado. O BC mantém os leilões diários de compra de moeda no mercado à vista, mas a operação não tem sido suficiente para conter a baixa do dólar. Também nesta terça-feira, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, reúne-se com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, no final da tarde. A assessoria da Fazenda informou que se trata de uma audiência de trabalho.

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