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Bolsa cai e dólar sobe após entrega da 'Lista de Janot'

Mercado teme que nomes importantes de autoridades possam surgir em novas delações e atrapalhar o andamento das reformas no Congresso

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Por Redação
Atualização:
Cenário interno 'azedou'o ânimo dos investidores Foto: Paulo Whitaker/Reuters

A exemplo do que ocorreu na véspera, tensões políticas internas se somaram à expectativa com a reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e garantiram mais um fechamento em alta para o dólar e de queda para a Bolsa. Além dos nomes de importantes autoridades que possam surgir em novas delações, o mercado teme que esses escândalos atrapalhem o andamento das reformas no Congresso.

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A entrega da chamada "Lista de Janot" chegou nos minutos finais de negociação na Bovespa, a tempo de aprofundar a queda com que a Bolsa já vinha operando. Ao final dos negócios, houve queda de 1,27%, com o Índice Bovespa aos 64.699,46 pontos, na mínima do dia. Os negócios somaram R$ 7,15 bilhões. Já o dólar terminou com avanço de 0,65%, a R$ 3,1732.

Desde a semana passada que o mercado aguardava a divulgação da lista de pedidos de abertura de inquérito que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Ainda que a revelação do conteúdo das delações premiadas dependa da análise do relator na corte, ministro Edson Fachin, as possíveis implicações políticas preocupam os investidores.

No final da tarde, já nos minutos finais de negociação no mercado à vista, a PGR informou que enviou ao Supremo 320 pedidos relacionados à Lava Jato. São 83 pedidos de abertura de inquérito, 211 de redistribuição para outras instâncias, sete de arquivamento e outras 19 providências. Também foi confirmado o pedido de retirada do sigilo.

No meio da tarde, surgiram rumores de que o Planalto já estaria admitindo que a aprovação da reforma da Previdência na Câmara só ocorreria em maio, e não mais em abril, como originalmente previsto. Logo na sequência, porém, o governo fez questão de reafirmar sua crença no calendário original. A informação foi dada pela Casa Civil, do ministro Eliseu Padilha, que coordena as articulações com o Congresso.

Petrobrás. A queda do petróleo também foi influência negativa e favoreceu as ordens de venda das ações da Petrobrás, que ao longo do dia também refletiram temores de um possível atraso na venda de ativos. Ao final do dia, Petrobras ON e PN recuaram 3,75% e 5,43%, respectivamente.

(Álvaro Campos e Paula Dias)

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