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Bolsa de Nova York fecha com menor nível em pontos desde 2004

Mercados registram fortes quedas, mas conseguem leve recuperação no fim do dia.

Por Da BBC Brasil
Atualização:

A bolsa de valores de Nova York fechou nesta segunda-feira com o nível mais baixo em pontos em quatro anos, em um dia em que foram registradas perdas significativas nos principais pregões em todo o mundo. O índice Dow Jones terminou o dia com queda de 3,58%, na marca dos 9.955,50 pontos - a mais baixa desde outubro de 2004. O Nasdaq recuou 4,34%. As baixas, que chegaram a ser mais intensas durante o dia, refletem as incertezas dos investidores quanto ao pacote aprovado nos Estados Unidos para ajudar o mercado financeiro e também novos sinais de que a crise econômica está se agravando na Europa. Segundo analistas, os investidores temem que o pacote aprovado na sexta-feira não tenha o impacto necessário para reverter a crise e também estão preocupados com a demora na sua implementação. Em uma tentativa de dar segurança aos investidores, uma força-tarefa ligada à Casa Branca para lidar com o mercado financeiro divulgou um comunicado dizendo que está acelerando os preparativos para intervir no mercado, conforme o previsto no pacote. O Fed (Federal Reserve, o banco central americano) também anunciou nesta segunda-feira que passará a pagar juros aos bancos pelas reservas que as instituições são obrigadas a depositar no Fed. Em São Paulo, os negócios na bolsa foram interrompidos duas vezes durante as primeiras horas de pregão, depois de o índice Bovespa registrar queda de mais de 10%. Mas no fim do dia houve uma recuperação, e o índice encerrou o dia com perdas de 5,43%. Europa Na Europa, as principais bolsas de valores fecharam no vermelho nesta segunda-feira: em Londres, o FTSE fechou com queda de 7,85%; em Paris, o Cac recuou 9,04% (a maior queda de sua história) e, em Frankfurt, o Dax desabou 7,07%. Para analistas, essas baixas européias refletem, em parte, as notícias do fim de semana. Na Alemanha, o governo anunciou um novo pacote de socorro, de 50 bilhões de euros, para ajudar o banco Hypo Real Estate, uma das mais importantes financiadoras imobiliárias da Europa. Na semana passada, o Hypo Real Estate havia obtido 35 bilhões de euros do governo alemão e de outras instituições financeiras, mas, no sábado, as instituições desistiram do socorro. Além disso, o banco francês BNP Paribas concordou em comprar 75% das operações do grupo Fortis na Bélgica e em Luxemburgo. Em troca, os governos da Bélgica e de Luxemburgo passarão a ter uma participação acionária minoritária no BNP Paribas. O braço holandês do Fortis foi nacionalizado pelo governo da Holanda. Depósitos O governo alemão anunciou um "compromisso político" de garantir os depósitos em bancos do país, enquanto a Dinamarca passou a garantir todos os depósitos integralmente e a Suécia decidiu aumentar de forma substancial as quantias seguradas. Na semana passada, os governos da Irlanda e da Grécia haviam anunciado que iriam garantir integralmente os depósitos, e cresce a pressão para que outros países, entre eles a Grã-Bretanha, adotem a mesma medida. No sábado, em uma reunião em Paris, os governantes de França, Grã-Bretanha, Alemanha e Itália prometeram empenho para evitar quebras de bancos no continente. Nesta segunda-feira, o primeiro-ministro da Espanha, José Luis Rodríguez Zapatero, e o presidente da França, Nicolas Sarkozy, convocaram reuniões com os presidentes dos principais bancos de seus respectivos países para discutir a crise. Islândia Fora da União Européia, o governo da Islândia - um dos países mais afetados pela crise financeira, devido a peculiaridades de sua economia - anunciou que está preparando um pacote de leis para resgatar o sistema bancário do país. O pacote deve dar poderes amplos ao órgão regulador do sistema financeiro islandês para definir as operações dos bancos e até mesmo forçar um a se fundir com outro ou a pedir concordata. A legislação também deve permitir ao governo assumir empréstimos concedidos para a compra de imóveis, depositando o dinheiro em um fundo estatal. O país também anunciou nesta segunda-feira que vai dar garantia ilimitada aos depósitos bancários. Antes disso, o governo islandês decidiu suspender as vendas de ações de seis das suas maiores instituições financeiras, incluindo os seus três maiores bancos: o Kaupthing, o Landsbanki e o Glitnir (que foi beneficiado por uma operação de ajuda de cerca de US$ 900 milhões na semana passada). Outros mercados Na Ásia, o primeiro pregão após a aprovação do pacote nos Estados Unidos também não mostrou otimismo por parte dos investidores. O índice Nikkei da Bolsa de Tóquio fechou o dia em queda de 4,2% - o menor índice registrado em quatro anos. O índice Hang Seng de Hong Kong recuou 3,4%, e os mercados na China, Austrália e Índia também caíram. Na Indonésia, o índice da maior bolsa do país se despediu da segunda-feira com baixa de 10%, a maior queda de sua história. Como no Brasil, a bolsa de valores de Moscou foi paralisada por causa das quedas. O índice RTS encerrou o dia com perdas de 19,1%. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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