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Bolsa de NY vê retomada de aberturas de capital

Previsão é de que sejam feitos mais de 20 IPOs no ano

Por Marcilio Souza
Atualização:

Mais de 20 companhias deverão abrir o capital na Bolsa de Nova York este ano, superando o total de 12 empresas que debutaram no mercado no ano passado, prevê a operadora da bolsa americana, a NYSE Euronext. Para o presidente da companhia, Duncan Niederauer, a estimativa é um sinal da retomada da confiança no mercado. "Nós nos sentimos muito mais confiantes do que estávamos em abril. O mercado manteve o rali iniciado em março e muito volume foi negociado de lá para cá", disse o executivo, que veio ao Brasil para firmar uma parceria tecnológica com a BM&F Bovespa. Na opinião dele, as ofertas públicas realizadas até o momento vieram de "ótimas companhias". "O mercado se comportou bem o suficiente a ponto de permitir que ótimas companhias fizessem ofertas bem-sucedidas. Houve grande demanda e suas ações tiveram bom volume de negociação", disse Niederauer, acrescentando que "o setor de serviços financeiros foi bastante inteligente ao tentar não levar um número grande demais de companhias para a Bolsa", o que provocaria um excesso de oferta. "É melhor termos uma pequena quantidade e alta qualidade de IPOs", disse ele. O executivo ressalvou, no entanto, que a recuperação do mercado "ainda tem um longo caminho a percorrer". Até o momento este ano, foram 15 as listagens iniciais. Mesmo que esse número supere, como previsto, a marca de 20 até o final do ano, é menos da metade dos 44 lançamentos iniciais ocorridos em 2007. Entre os próximos nomes da lista está a brasileira Friboi. Sua subsidiária nos Estados Unidos, a JBS USA Holdings, já encaminhou à SEC (a reguladora do mercado de ações nos EUA) pedido de registro para o lançamento de ações ordinárias. Hoje, 31 empresas brasileiras estão na bolsa nova-iorquina, número inferior apenas ao de companhias canadenses (74) e chinesas (42) no ranking de listagens de companhias não-americanas. Mas, em volume negociado, as brasileiras atingiram o topo da classificação no primeiro semestre. Foram US$ 291 bilhões em ADRs brasileiros negociados até 30 de junho. Os ADRs britânicos ficaram num distante segundo lugar, com US$ 173 bilhões. Para se ter uma ideia da importância crescente do giro de ADRs para as empresas brasileiras, atualmente são negociados, em média, US$ 3 bilhões por dia em papéis do País listados em Nova York. Enquanto isso, no mercado doméstico, na BM&F Bovespa, o movimento diário em julho ficou em R$ 4,885 bilhões, ou o equivalente a US$ 2,6 bilhões. PARCERIA ESTRATÉGICA A parceria firmada pela NYSE Euronext com a BM&F Bovespa se dará, principalmente, por meio de compartilhamento de expertise tecnológico. Desde 1997, a Bovespa utiliza a plataforma NSC, sistema de negociação eletrônica da Nyse. "No caso do Brasil, há uma oportunidade real de ajudar a tornar a bolsa global, como nós já nos tornamos, por meio da oferta de todas as nossas tecnologias. E isso inclui serviços de rede, distribuição e ferramentas que permitem vender produtos não apenas localmente, mas também globalmente", disse Niederauer.

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