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Bolsa fecha em alta, dólar recua e juros estáveis

O bom momento da conjuntura econômica brasileira, favorecida principalmente pela queda de juros, foi o motivo para o dia de tranqüilidade nos mercados, segundo analistas. A Bovespa fechou em alta de 3,06%, o dólar recuou 1,16% e os juros permaneceram estáveis.

Por Agencia Estado
Atualização:

O mercado financeiro começou a semana reagindo de forma positiva ao bom momento da conjuntura do País - redução das taxas de juros, queda na taxa de risco do Brasil e primeiras pesquisas com intenção de voto sinalizando uma melhora do candidato governista, José Serra. De acordo com o gerente de investimento do HSBC Investment Bank, Fernando Aoad, é incorreto dizer que apenas um motivo provocou a melhora de humor dos investidores. "É, de fato, uma conjunção de fatores", explica. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerrou o dia em alta de 3,06% e chegou a ultrapassar o patamar dos 14 mil pontos, quando estava no patamar máximo do dia - alta de 3,24%. Com o resultado, a Bolsa acumula uma alta de 9,87% em fevereiro e já opera no terreno positivo no acumulado do ano, com alta de 2,95%. O volume de negócios foi considerado bom. Ficou em R$ 726,937 milhões, acima das médias negociadas antes da redução da Selic, a taxa básica de juros da economia, decidida pelo Comitê de Política Monetária (Copom), na quarta-feira da semana passada. As maiores altas do Ibovespa - índice que mede a valorização das ações mais negociadas na Bovespa - foram: as preferenciais (PN, sem direito a voto) da Globo Cabo (7,81%), Klabin PN (7,63%), Eletropaulo PN (6,28%) e Tele Leste Celular PN (6,10%). Aoad acredita que, até junho, os negócios vão continuar favoráveis para a Bolsa. "A partir daí, o cenário político poderá ter influência maior e as oscilações poderão ser mais fortes. Isso não significa que o movimento de alta seja limitado até esta data. Apenas poderá haver oscilações maiores", afirma. O estrategista-chefe de bolsas para mercados emergentes do banco JP Morgan, Carlos Asilis, disse que há grandes chances de elevar a recomendação para o Brasil no seu portfólio (carteira) de ações já no início do segundo trimestre deste ano. Segundo apurou o correspondente em Nova York, Fábio Alves, atualmente a bolsa brasileira tem recomendação "neutra" na carteira da instituição, enquanto a bolsa mexicana é o mercado favorito para a América Latina com a recomendação "compra". Outra boa notícia para o mercado acionário seria a aprovação do fim da incidência da Cobrança Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) nos negócios realizados na Bolsa. A expectativa é de que o assunto seja analisado amanhã no Congresso Nacional. Mercado cambial e juros no Brasil O bom cenário conjuntural também favoreceu a queda nas cotações do dólar. A editora Silvana Rocha apurou que o recuo das cotações nesta tarde foi impulsionado pelo forte movimento de venda de moeda norte-americana pelas tesourarias de bancos. Instituições que haviam comprado uma grande quantidade do dólares com o objetivo de proteção resolveram reduzir este volume diante de várias notícias positivas no cenário interno. Além da queda dos juros, os investidores gostaram do superávit - exportações maiores que importações - de US$ 93 milhões na balança comercial na quarta semana deste mês, que elevou o resultado no mês para US$ 193 milhões e, no ano, para US$ 368 milhões O dólar comercial fechou cotado a R$ 2,3960, em queda de 1,16% em relação aos últimos negócios de sexta-feira. Este é o patamar mais baixo de fechamento desde o dia 23 de janeiro, quando a moeda norte-americana encerrou os últimos negócios do dia em R$ 2,3850. O fluxo positivo de dólares para o mercado interno também contribui para a boa liquidez no mercado cambial hoje. No mercado de juros, as taxas permaneceram estáveis. Os contratos de DI futuro com vencimento em outubro, negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) pagam juros de 18,370% ao ano - estáveis em relação aos negócios de sexta-feira. Os contratos de swap (troca) de títulos prefixados por pós-fixados com período de um ano pagam juros de 18,34% ao ano, frente a 18,37% ao ano de sexta-feira. Amanhã, o Tesouro Nacional vai leiloar títulos com juros prefixados. Serão dois lotes. No primeiro, dois milhões de papéis com vencimento em 6 de novembro deste ano - a mesma quantidade ofertada na semana passada - e mais 500 mil de títulos que vencem em abril de 2003. Com a redução da Selic, os investidores passaram a acreditar com mais confiança que novas reduções de juros virão em breve. Analistas acreditam que será grande a demanda pelos papéis prefixados. Caso este cenário se confirme, as taxas de juros no mercado futuro podem recuar ainda mais. Mercados internacionais Em Nova York, o Dow Jones - Índice que mede a variação das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - fecha em alta 1,78%. A Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York - registrou alta de 2,63% no final dos negócios. Na Argentina, o índice Merval da Bolsa de Valores de Buenos Aires fechou em alta de 3,09%. Segundo apurou a correspondente Marina Guimarães, o dólar na Argentina fechou entre 2,12 e 2,17 pesos na venda e entre 2,00 e 2,07 pesos na compra. Na sexta-feira passada, a cotação média nas principais casas de câmbio foi de 2,15 pesos/venda e 2,00 pesos/compra. Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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