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Bolsa olha para balanços enquanto aguarda indicadores

Por Agencia Estado
Atualização:

Os mercados iniciaram o dia com mau humor por causa do balanço da Alcoa, que levou os analistas a preverem resultados desfavoráveis de outras empresas. No período da tarde, no entanto, essa perspectiva mais pessimista foi deixada de lado e as bolsas de Nova York fecharam em alta. A Bovespa, ainda com fraca liquidez, seguiu Wall Street e encerrou o dia em terreno positivo. Bolsa A Bovespa teve dois momentos distintos nesta terça-feira. Mas nos dois casos seguiu à risca o comportamento de Wall Street. De manhã, os mercados de ações operaram em baixa, refletindo o resultado fraco do balanço da Alcoa. À tarde, as bolsas de Nova York inverteram o sinal e passaram a operar em alta, diante da perspectiva de que os próximos balanços corporativos serão melhores. A bolsa paulista seguiu o ritmo das norte-americanas. Pouco antes do encerramento do pregão, o anúncio da descoberta de óleo leve na Bacia de Santos ajudou os papéis da Petrobras, os mais negociados na Bovespa. O Índice Bovespa fechou em alta de 1,14%, com 36.553 pontos. Operou entre a máxima de 36.581 pontos (+1,22%) e a mínima de 35.590 pontos (-1,52%). Com esse resultado, a bolsa passou a acumular baixa de 0,21% em julho e alta de 9,26% em 2006. O movimento financeiro foi o dobro da véspera, mas foi inflado por R$ 244 milhões de uma operação direta com ações da Cosan. Ao todo, a bolsa girou apenas R$ 2,095 bilhões. As atenções do mercado de ações estão voltadas, nesses dias, a dois cenários. Um deles é a temporada de balanços das empresas norte-americanas, que começou ontem. O outro são os indicadores da economia dos EUA, que têm uma agenda fraca nesta semana até quinta-feira. Depois disso, está prevista a divulgação de vários dados que certamente vão movimentar as expectativas e a formação de preços das ações. A temporada de balanços começou ontem à noite e não agradou aos investidores. O número das vendas da Alcoa foram mal recebidos pelos mercados norte-americanos e europeus, que alimentaram expectativas de que os resultados de outras grandes corporações poderão trazer novas notícias ruins. Por conta disso, as bolsas caíram na Europa e em Nova York. A Bovespa, que está com fraca liquidez, também refletiu esse mau humor. As bolsas acabaram fechando no azul em Nova York. O Dow Jones subiu 0,28%, o Nasdaq avançou 0,56% e o S&P 500 fechou em alta de 0,41%. Na Bovespa, uma notícia a poucos minutos do fechamento acabou impulsionando as ações da Petrobras. A estatal anunciou a descoberta de óleo leve na Bacia de Santos, a 250 quilômetros da costa do Rio de Janeiro. Petrobras PN fechou em alta de 2,75%. Petrobras ON subiu 2,68% e fechou na cotação máxima do dia. As preferenciais foram as mais negociadas da bolsa paulista, registrando giro de R$ 322 milhões. A segunda mais negociada foi Vale PNA, com R$ 234 milhões. Câmbio O dólar pronto fechou em alta, cotado a R$ 2,184 (+0,18%) na roda da BM&F e a R$ 2,185 (+0,23%) no balcão. As cotações se sustentaram em alta mesmo com um firme fluxo comercial e financeiro positivo porque as tesourarias estavam na expectativa do leilão de compra do Banco Central, que ocorreu à tarde, afirmou um operador. Como no leilão o BC aceitou apenas duas propostas de um total de 19 apresentadas, e novamente pagou a menor taxa proposta de R$ 2,1875 - que era inferior ao preço do pronto na BM&F naquele momento de R$ 2,188 -, os demais dealers acabaram indo a mercado ofertar moeda depois da operação, o que levou as cotações a recuar momentaneamente. A melhora das Bolsas em Nova York e da Bovespa à tarde também estimulou essas ofertas. Nas mínimas, o pronto caiu 0,14% a R$ 2,177 na roda da BM&F e -0,09% a R$ 2,178 no balcão. Juros A agenda vazia de indicadores - tanto internamente quanto no exterior - fez o mercado de juros seguir novamente o comportamento de Nova York. Depois dos primeiros balanços desfavoráveis de empresas por lá - na verdade, mais fracos do que o previsto - o mercado acionário trabalhou em queda praticamente durante todo o dia, mas acabou fechando em alta. Mesmo assim, a curva longa de juros do DI subiu, ligeiramente, retomando os patamares da última sexta-feira. O volume hoje foi fraco, o que ajudou a "colar" no mercado externo, onde os juros dos treasuries registravam, no final da tarde, queda de 0,46% no T-Note de dez anos e de 0,45% no T-Bond de 30 anos. No DI mais negociado, de janeiro/08, foram transacionados 182 mil contratos, um pouco acima dos 178 mil de ontem, mas menos que os 262 mil da última quarta-feira. No final do dia, o mercado virou e a Bovespa passou a subir, fechando o dia em alta. Ela acompanhou NY, onde os investidores deram uma segunda olhada sobre o balanço da Alcoa divulgado ontem e a revisão, para baixo, das estimativas da Lucent. A avaliação, agora, é de que é muito cedo para prever uma leva pessimista de balanços. Isso ganhou força depois que a fabricante de equipamentos para a indústria de semicondutores KLA-Tencor anunciou esta tarde que suas encomendas no trimestre superaram as previsões.

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