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Bolsa permite entrada da Petrobrás no nível 2

Bovespa permite entrada da Petrobrás no nível 2 de governança corporativa. Só falta a União aprovar contrato elaborado pela estatal.

Por Agencia Estado
Atualização:

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) permitiu a entrada da Petrobrás no nível 2 de governança corporativa. Segundo a superintendente de relações com empresas da Bolsa, Maria Helena Santana, só falta a União Federal aprovar um contrato elaborado pela empresa. No nível 2 são negociadas ações de companhias que se destacam no relacionamento com investidores e adotam práticas mais transparentes de informações. A Petrobrás pediu para entrar nesse grupo em abril deste ano. A admissão, no entanto, ficou parada na Bovespa, já que uma das exigências do nível 2 esbarra na Lei do Petróleo, que rege o setor. O diretor financeiro e de relações com investidores da companhia, João Nogueira Batista, explicou que a estatal não podia, por força da regra, dar direito de voto para suas ações preferenciais em determinados casos, justamente o requisito da Bolsa. A saída para contornar a restrição foi a elaboração de um contrato que prevê a consulta aos minoritários detentores de ações preferenciais em algumas situações. Em palestra promovida ontem pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), o executivo disse acreditar que a União assinará o termo de adesão ao nível 2 ainda neste mês ou no começo de novembro. Segundo Batista, as melhores práticas de governança corporativa adotadas pela Petrobrás servirão como uma espécie de "blindagem" para mudanças políticas. "As alterações na transparência da companhia serão postas em prática no novo governo. Tenho confiança de que pouca coisa vai mudar." Ele classificou ainda os temores sobre o futuro da estatal como exagerados. "É impossível botar a mão no caixa da empresa." Segundo o executivo, se isso acontecesse, o conselho de administração pediria demissão e seria criada uma série de constrangimentos para um benefício de curtíssimo prazo. "A companhia não conseguiria mais se financiar no mercado de capitais, por exemplo." Batista citou a extensa base de acionistas como um dos fatores de segurança. "É claro que um grau de eficiência de 100% de blindagem não existe, mas acredito que o conselho não pedirá demissão num novo governo." Batista calculou em cerca de US$ 950 mil por dia a perda de faturamento com os problemas no navio-plataforma P-34, que adernou domingo. Ele chegou ao número multiplicando a produção da unidade, de 34 mil barris diários, pelo preço de US$ 28 por barril. Para a área financeira da empresa, a estimativa é que a P-34 fique parada cerca de um mês.

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