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Bolsa: pior investimento no mês de junho

O investimento em ações deve encerrar o mês com o pior desempenho entre as alternativas de aplicação, com baixa de 14,37% até ontem. O principal motivo para o desempenho negativo é o cenário político no Brasil. A Bovespa está em um patamar próximo aos níveis de 11 de setembro.

Por Agencia Estado
Atualização:

O investimento em ações deve encerrar o mês com o pior desempenho entre as alternativas de aplicação, acumulando uma perda de 14,37% até ontem. Segundo analistas, o principal motivo para o desempenho negativo é o grau de incertezas em relação ao cenário político no Brasil. "Com a proximidade das eleições presidenciais, os investidores ficam inseguros em relação aos meios a serem usados pelo próximo governo para administrar a dívida do País. Esse cenário estimula a alta das taxas de juros e da taxa de risco-país, fatores que prejudicam o desempenho da Bolsa", afirma a diretora de renda variável da Citigroup Asset Management, Noriko Yokota. Para se ter uma idéia, no dia 3 de junho, a taxa de risco-país fechou em 1.006 pontos, segundo informou o JP Morgan. Ontem, o risco chegou a 1.635 pontos. Isso significa que, no início do mês, o governo brasileiro pagava 10,06 pontos porcentuais acima dos juros norte-americanos. Ontem essa diferença era de 16,35 pontos porcentuais. A taxa de risco-país mede a confiança dos investidores em relação à capacidade de um governo em pagar a dívida do País. É calculada pela diferença entre os juros pagos pelo governo norte-americano e os juros nos títulos brasileiros. "Ao avaliar o valor do papel de uma companhia, a taxa de risco-país é levada em conta. Isso porque, mesmo que ela tenha uma boa gestão e condições favoráveis de crescimento, o risco-país influencia a taxa de juros que essa empresa terá que pagar na captação de recursos. O que significa influenciar os custos dessa empresa", afirma a diretora do Citigroup. Noriko destaca que, diante das incertezas que vêem influenciando a taxa de risco-país - principalmente o cenário político -, não é possível ter uma idéia clara de quando a Bolsa iniciará um movimento de alta. Ela aposta em um cenário favorável para a aplicação em ações, mas recomenda que apenas o investidor que tem tolerância ao risco coloque recursos em Bolsa. Além disso, Noriko destaca que apenas uma parte dos recursos do investidor seja direcionada para ações, como forma de diversificação das aplicações. Bolsa está em níveis de 11 de setembro Nas últimas semanas, a Bolsa vem sofrendo quedas consecutivas e o preço das ações está em patamares próximos aos registrados nos primeiros dias após os atentados terroristas em 11 de setembro do ano passado. Para se ter uma idéia, ontem, o Ibovespa - índice que mede a valorização das ações mais negociadas na Bovespa - estava em 11.013 pontos. No dia 11 de setembro, fechou em 10.827 pontos. A Bolsa chegou a recuperar-se após os atentados terroristas. No dia 4 de março, fechou em 14.471 pontos, uma alta de 33,66% em relação ao fechamento do dia 11 de setembro. Mas, a partir daí, iniciou uma tendência de queda e o patamar mais baixo foi alcançado no fechamento do dia 21 de junho, em 10.397 pontos. O que representa uma queda de 28,15% entre os dias 4 de março e 21 de junho. Veja nos links abaixo mais informações sobre as perspectivas para a Bolsa e as ações recomendadas por especialistas.

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