PUBLICIDADE

Publicidade

Bolsa recua 1,4% com aversão a risco no exterior

Declarações do presidente do Banco Central Europeu fizeram o dólar se valorizar globalmente; moeda americana terminou a R$ 3,78 nesta quinta-feira

Foto do author Altamiro Silva Junior
Por Paula Dias e Altamiro Silva Junior (Broadcast)
Atualização:

O dia foi de perdas fortes para a Bolsa brasileira, influenciadas pela aversão ao risco que conduziu os negócios no exterior. A cautela foi ditada pela leitura dos sinais emitidos pelo Banco Central Europeu (BCE).

PUBLICIDADE

No Brasil, o efeito no Ibovespa foi potencializado pelo tombo dos principais papéis de bancos. O índice terminou no patamar mais baixo desde 3 de julho, com 102.654,58 pontos, queda de 1,41%.

Já o dólar se fortaleceu ante as demais divisas e, por aqui, chegou a romper os R$ 3,80 nas máximas da manhã. À tarde, houve alguma acomodação e a moeda à vista fechou com ganho de 0,34%, aos R$ 3,7820.

O principal índice da B3 recuou 1,4% nesta quinta. Foto: Renato S.Cerqueira/Futura Press

Banco Central Europeu

A decepção com as declarações do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, ecoaram nos mercados durante todo o dia. Draghi afirmou que na reunião desta quinta-feira não foram discutidas mudanças na política monetária do BCE. Alguns bancos já previam que os juros fossem cortados nesta quinta-feira na zona do euro. Como reflexo, o dia foi marcado por fuga de ativos de risco. O dólar se fortaleceu no mercado internacional e aqui. 

"O BCE sinalizou um corte de juros em setembro. Contudo, qualquer detalhe de um novo pacote ou medidas permanecem sem clareza", afirma o estrategista do Société Générale, Anatoli Annenkov. Ele projeta um corte de 0,20 ponto. Já os economistas do Morgan Stanley veem um corte menor, de 0,10 ponto, também em setembro, e um novo programa de compras de ativos no quarto trimestre.

Economia americana

Publicidade

Além de os resultados da reunião de política monetária do BCE desagradarem, indicadores mais fortes que o esperado nos Estados Unidos esfriaram as apostas de corte mais intenso nos juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) na semana que vem. As encomendas de bens duráveis subiram 2% em junho, ante previsão de Wall Street de alta de 0,5%.

Bancos

No cenário corporativo, o grande destaque foi o setor financeiro. Os papéis caíram em bloco, lideradas por Bradesco ON (-4,91%) e Bradesco PN (-5,82%). A queda das ações ocorreu depois que o banco apresentou resultado trimestral considerado bastante positivo, com alta de 25% no lucro recorrente. Foi difícil para analistas justificarem o tombo das ações e alguns se apegaram a quesitos menos favoráveis do banco.

"Houve alguns números negativos em relação a despesas e cartões, mas as vendas foram um pouco exageradas. O balanço foi positivo, mas pode ser que a ação atingiu um certo limite para este ano", disse Luís Sales, analista da Guide Investimentos. Na esteira do Bradesco, papéis de outras instituições financeiras foram contaminadas e também caíram expressivamente. Itaú Unibanco PN perdeu 3,08%.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.