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Bolsa recua 1,40% e dólar em queda de 3,04%

O dia foi menos tenso nos mercados, mas o clima de cautela permanece. As medidas do BC podem trazer alívio para o mercado cambial. Porém, permanece a preocupação com o elevado endividamento do País e como o próximo governo administrará esses vencimentos.

Por Agencia Estado
Atualização:

O dia foi menos tenso nos mercados hoje, mas os investidores ainda demonstram muita cautela. As medidas anunciadas pelo presidente do Banco Central (BC), Armínio Fraga, e pelo ministro da Fazenda, Pedro Malan, podem trazer maior liquidez para o mercado cambial, mas não são significativas para o principal foco de preocupação dos investidores nesse momento: o elevado endividamento do País e como o próximo governo administrará esses vencimentos. As principais medidas anunciadas pelo BC com o objetivo de aumentar a liquidez no mercado cambial foram: saque de US$ 10 bilhões junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e redução do limite do piso das reservas de US$ 20 bilhões para US$ 15 bilhões. O BC também anunciou um aumento do superávit primário (receitas menos despesas) de 3,5% para 3,75% do Produto Interno Bruto (PIB). Em entrevista ao jornalista Rodney Vergili, o economista-chefe para mercados emergentes do Deutsche Bank, Leonardo Leiderman, afirmou que, para criar um ambiente mais favorável, seria necessário "abrir um compromisso mais forte de todos os candidatos à Presidência da República de continuidade da política econômica e que irão fazer ajustes adicionais nos gastos públicos". As despesas públicas precisam cair mais em relação ao Produto Interno Bruto e há também a necessidade de um compromisso de realização das reformas tributárias e da previdência, para criar um ambiente mais positivo, disse o economista. Veja o fechamento dos mercados no Brasil O dólar comercial fechou cotado a R$ 2,7100 na ponta de venda dos negócios, em baixa de 3,04% em relação aos últimos negócios de ontem. Com o resultado de hoje, a moeda norte-americana acumula uma alta de 7,71% em junho e de 17,01% em 2002. O dia foi de forte oscilação. As cotações oscilaram entre a máxima de R$ 2,7340 e a mínima de 2,6400. No mercado de juros, os contratos de DI futuro com vencimento em janeiro de 2003, negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), pagavam taxas de 22,950% ao ano, frente a 22,550% ao ano ontem. Já os papéis com vencimento em julho de 2003 apresentavam taxa de 26,100%, frente a 25,200% ao ano ontem. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em queda de 1,40%, no patamar mínimo do dia, com 11.962 pontos. Esse é o nível mais baixo desde 1º de novembro, quando o Ibovespa - índice que mede a valorização das ações mais negociadas da Bovespa - encerrou o dia em 11.387 pontos. Com o resultado de hoje, a Bolsa acumula uma queda de 6,99% em junho, ampliando-se para 11,90% no ano. O volume de negócios hoje ficou um pouco acima de R$ 517 milhões. Entre as ações que compõem o Ibovespa, as maiores quedas foram apuradas pelas preferenciais (PN, sem direito a voto) da Telefônica (-5,63%), Tele Leste Celular PN (- 4,48%), Eletropaulo PN (- 4,26%) e Tele Celular Sul PN (- 4,03%). A maior alta foi registrada pelas ordinárias (ON, com direito a voto) da Embratel Participações (3,01%). De acordo com a diretora da Fator Dória Atherino, Roseli Machado, os investidores estão desanimados com a ausência de notícias positivas que sinalizem alguma melhora para o setor. "Não há perspectiva de redução de juros no curto prazo, o que reduz o interesse do investidor pelo mercado de ações. Hoje, especificamente, o desempenho das bolsas norte-americanas influenciou o humor dos investidores no Brasil", afirma. Mercados internacionais Na Argentina, o dólar oficial se manteve firme em 3,51 pesos para a venda e em 3,42 pesos para a compra, sem apresentar nenhuma variação em relação ao fechamento de ontem. Segundo informou a correspondente Marina Guimarães, o Banco Central interveio no mercado vendendo US$ 45 milhões de dólares. O índice Merval da Bolsa de Valores de Buenos Aires fechou em queda de 0,71%. Em Nova York, o Dow Jones - Índice que mede a variação das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - fechou em baixa de 1,19%, e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York - fechou em baixa de 1,47%. Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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