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Bolsa recua e anula desempenho desde grau de investimento

O índice recuou 2,17%, para 67.774,9 pontos, o menor patamar desde o dia da nota da S&P

Por Claudia Violante e da Agência Estado
Atualização:

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) teve nesta terça-feira, 10, seu sexto pregão de queda de junho - subiu apenas na quinta-feira passada -, anulando todo o desempenho positivo obtido após a primeira elevação de seu rating a grau de investimento (em 30 de abril, pela Standard & Poors). A queda do petróleo, a confirmação de uma captação pela Vale e as declarações do presidente do Federal Reserve justificam o tombo de hoje do Ibovespa.   O índice recuou 2,17%, para 67.774,9 pontos, o menor patamar desde o dia da nota da S&P (67.868,5 pontos). Daquele dia para cá, a Bolsa acumula perda de 0,14%. Hoje, o índice oscilou entre a mínima de 67.067 pontos (-3,20%) à máxima de 69.275 pontos (-0,01%). Com o resultado de hoje, as perdas de junho alcançam 6,64%, mas, no ano, a Bolsa ainda tem alta, de 6,09%. O volume financeiro desta terça-feira contabilizou R$ 6,224 bilhões (preliminar).   A mineradora confirmou pela manhã que levantará no máximo US$ 15 bilhões em recursos, numa oferta pública primária de ações ordinárias e preferenciais, para "fins corporativos gerais, o que inclui o financiamento de seu agressivo programa de crescimento orgânico baseado no plano de investimento de US$ 59 bilhões, aquisições estratégicas, e a ampliação da flexibilidade financeira", diz nota divulgada pela manhã. A proposta ainda terá que ser aprovada pelo conselho de administração da empresa e pela CVM.   A resposta dada pelos investidores aos boatos, ontem, foi a mesma de hoje, no fato. Os investidores não gostaram da notícia da captação, porque pode ser um sinal de que a empresa pode se endividar para comprar uma outra companhia.   Vale ON caiu 2,18% e Vale PNA, 4,10%. Os rumores citam três possíveis alvos: Alcoa, segunda maior fabricante de alumínio do planeta; Anglo American, quarta maior mineradora do mundo, e a americana Freeport-McMoRan, gigante da produção de cobre, mas até mesmo a Rio Tinto chegou a ser cogitada. A Freeport seria a escolha mais provável, segundo estes analistas.   As ações da Petrobras recuaram 3,12% as PN e 2,97% as ON, acompanhando as perdas do petróleo no mercado externo e também motivadas pela venda de investidores estrangeiros. Em entrevista hoje, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, avaliou que os preços do petróleo devem permanecer elevados e voláteis no mercado internacional nos próximos anos.   Na Nymex, o petróleo fechou em queda pela segunda sessão consecutiva, pressionado pela alta do dólar e por novos sinais de declínio na demanda. O contrato para julho recuou 2,26%, para US$ 131,31. Isso ajudou o Dow Jones e encerrar com ligeira elevação, de 0,08%. O S&P recuou 0,24% e o Nasdaq, 0,43%. O dólar subiu por causa das declarações dadas ontem pelo presidente do Fed, Ben Bernanke, de que a autoridade monetária dos EUA irá "resistir fortemente" a qualquer erosão das expectativas de longo prazo para os preços. Isso é um sinal de que o Fed poderá elevar os juros, o que deu suporte ao dólar.

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