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Bolsa renova recorde e fecha a 118.861,63 pontos

Apesar disso, o dólar terminou o dia em alta, a R$ 4,1887; para traders, o nível mais condizente da moeda americana seria na casa dos R$ 4,05 a R$4,10

Foto do author Matheus Piovesana
Foto do author Altamiro Silva Junior
Por Matheus Piovesana (Broadcast), Fabiana Holtz e Altamiro Silva Junior (Broadcast)
Atualização:

O Ibovespa parecia a caminho de fechar perto da estabilidade, no nível de 118 mil pontos, contido mais uma vez pelo segmento de bancos. Perto do fechamento, contudo, o principal índice da B3 acentuou os ganhos e encerrou a primeira sessão da semana em alta de 0,32%, a 118.861,63 pontos, na máxima da sessão e em novo recorde histórico

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Durante a sessão, o Ibovespa foi a 117.927,53 pontos na mínima do dia. No encerramento, superou a máxima histórica anterior, de 118.573,10 - fechamento do último dia 2. No ano, o Ibovespa acumula agora alta de 2,78%.

A progressão do Ibovespa rumo a novos níveis históricos continua a depender do engajamento do investidor doméstico: o saldo estrangeiro em janeiro está negativo em R$ 6,579 bilhões, resultado de R$ 109,559 bilhões em compras e de R$ 116,138 bilhões em vendas, de acordo com os mais recentes dados disponíveis, até o dia 16, quinta-feira.

Os analistas do BofA Merrill Lynch - Mario Pierry, Giovanna Rosa e Ernesto Gabilondo - apontam que dois fatores externos contribuem para expectativas baixas para o setor bancário no Brasil: o aumento de cinco pontos porcentuais na Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) e os limites para os juros do cheque especial que, de acordo com a instituição, devem diminuir em 3% o lucro dos bancos brasileiros neste ano.

O setor bancário está ingressando em cenário desafiador, de juros em queda sustentada, movimento que afeta as margens das instituições e os ganhos em operações de tesouraria. Tal conjuntura tem como pano de fundo uma transformação estrutural de longo prazo, no âmbito de iniciativas oficiais para aumentar o grau de competição, especialmente por meio de fintechs e bancos digitais.

Nesta sessão, a ação ON do Banco do Brasil fechou em baixa de 0,64%, a ON do Bradesco cedeu 1,55% e a PN, 1,95%, enquanto Itaú Unibanco perdeu 2,03% - a segunda maior queda do dia no Ibovespa, superada apenas por Cielo - e a unit do Santander caiu 0,48%. No ano, BB acumula perda de 5,72%, Bradesco ON, de 2,92%, e PN, de 3,86%, ItaúUnibanco, de 7,70%, e Santander, de 3,23%. No lado oposto, destaque para as ações de varejo, em particular Magazine Luiza (+3,04%), o sexto melhor desempenho na sessão entre as componentes do Ibovespa.

Dólar

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O real começou a semana com o pior desempenho ante o dólar em uma cesta de 34 divisas. A moeda americana acabou caindo no final da tarde ante divisas fortes e emergentes. No mercado à vista, a moeda americana subiu 0,58%, terminando o dia em R$ 4,1887. No mercado futuro, a valorização foi de 0,72%, para R$ 4,1950. 

Em dia de poucos negócios, por causa do feriado nos Estados Unidos os investidores estão na expectativa pelo Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, que terá a presença de Donald Trump e do ministro da Economia, Paulo Guedes

Operadores e profissionais das mesas de câmbio voltaram a falar nesta segunda, 20, que, pelos fundamentos macroeconômicos do Brasil, não há motivos para a moeda americana estar perto dos R$ 4,20. Para os traders, o nível mais condizente seria o dólar na casa dos R$ 4,05/R$4,10. 

Para a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, a expectativa por Davos é ver o que Paulo Guedes vai falar da agenda de reformas e da questão política. O ministro, diz ela, precisa passar ao investidor estrangeiro alguma confiança no avanço da agenda para tentar trazer de volta o capital externo, em um momento que o diferencial de juros do Brasil com o resto do mundo já está muito estreito. 

B3 Foto: Amanda Perobelli/ Estadão
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