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Bolsa sobe 2,94%, a maior alta desde janeiro

Entrada de estrangeiros na Bovespa e as declarações do ministro do Planejamento sobre as medidas de ajuste fiscal trouxeram otimismo

Por Clarissa Mangueira
Atualização:

A forte entrada de estrangeiros na Bovespa, à procura de barganhas diante da valorização do dólar, levou a Bolsa a fechar na maior alta porcentual desde o dia 7 de janeiro, nesta terça-feira. De acordo com profissionais do mercado, as declarações do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, sobre algumas medidas fiscais, somadas à expectativa por um pacote de incentivo na China e ao plano da Petrobrás de se desfazer de ativos, também contribuíram para o forte desempenho da Bolsa brasileira.

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No fim da negociação, o Ibovespa subiu 2,94%, aos 50.285,12 pontos. O volume de negócios totalizou R$ 7,159 bilhões. Na máxima do dia, a Bolsa atingiu 50.384 pontos, com alta de 3,14%. Na mínima, foram registrados 48.841 pontos (-0,01%). No ano, a Bovespa tem alta de 0,56%, mas ainda acumula perda de 2,52% em março.

A Bovespa subiu durante todo o pregão, ignorando o sinal negativo das bolsas internacionais e com o mercado monitorando o depoimento do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), que comentou algumas das medidas de ajuste fiscal do governo. Desde cedo, operadores afirmavam também que havia uma forte demanda compradora de investidores estrangeiros, atraídos pelos preços baixos das ações em meio à valorização do dólar.

O ministro afirmou que o ajuste "é um esforço fiscal menor do que o que foi usado na crise cambial de 98, 99". Ele ressaltou que o impacto é menor em relação ao Produto Interno Bruto (PIB). De acordo com Barbosa, o ajuste é necessário para "o crescimento sustentado", com base no controle da inflação. O ministro afirmou também que a meta fiscal de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) é crível e o governo trabalha para alcançá-la.

Para alguns profissionais, as declarações de Barbosa foram bem-recebidas porque passaram credibilidade de que o governo conseguirá implementar as medidas com aprovação do Congresso.

Bovespa teve a maior alta desde janeiro, puxada pela entrada de estrangeiros e declaraçõesdo ministro do PlanejamentoNelson Barbosa na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Foto: Sérgio Castro/Estadão

A alta dos componentes da bolsa foi praticamente generalizada, com poucos destaques de queda. As ações da BMFBovespa lideraram os ganhos da sessão e fecharam com valorização de 7,93%. Entre as blue chips, Petrobrás, Vale e bancos avançaram também.

As ações ON e PN da estatal terminaram com alta de 5,58% e 5,08%, respectivamente. A alta dos papéis ocorreu, apesar da notícia sobre a saída da Petrobrás do Dow Jones Sustainability Index World, um dos principais índices de sustentabilidade do mundo. Outra informação que os profissionais do mercado destacaram sobre a companhia foi a de que a empresa já tinha definido os ativos que deve vender dentro do seu programa de desinvestimentos, com o qual espera conseguir US$ 13,7 bilhões para reduzir seu endividamento e preservar o caixa.

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No setor financeiro, Banco do Brasil ON (+5,05%), Bradesco ON (+4,40%), Bradesco PN (+3,92%) e Itaú Unibanco (+2,87%), e Santander Unit (+2,72%).

A alta das ações da Vale também repercutiram, além da demanda de estrangeiros, as expectativas sobre novas medidas de estímulo na China. No fim, Vale ON e Vale PNA avançaram 5,19% e 4,63%, respectivamente.

O avanço da Bovespa ocorreu apesar da queda da maioria das bolsas internacionais, que hoje foram afetadas pela cautela dos investidores antes da reunião do Federal Reserve (Fed), amanhã. No término dos negócios em Wall Street, o índice Dow Jones recuou 0,71%, aos 17.849,20 pontos; S&P 500 caiu 0,34%, aos 2.074,18 pontos; Nasdaq subiu 0,16%, aos 4.937,44 pontos.

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