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Bolsa sobe mais com Bernanke; dólar é o mais baixo de setembro

Ele ficou longe de sinalizar sua percepção em relação à economia e às taxas de juro norte-americanas

Foto do author Cynthia Decloedt
Por Cynthia Decloedt (Broadcast) e da Agência Estado
Atualização:

Em seu discurso amplamente aguardado pelos mercados, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Ben Bernanke, ficou longe de sinalizar sua percepção em relação à economia e às taxas de juro norte-americanas. Em discurso acadêmico preparado para uma conferência no banco central da Alemanha, Bernanke repetiu que os elementos do excesso da poupança global permanecem. Mas o presidente do Fed não fez qualquer menção sobre a situação econômica atual ou sobre questões relacionadas à política monetária. Esta é a última aparição pública de Bernanke antes do encontro da próxima terça-feira de política monetária.   Veja também: Como enfrentar os riscos e prejuízos da crise  Os efeitos da crise do setor imobiliário dos EUA    O mercado financeiro reagiu bem. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) ampliou a alta e chegou à máxima do dia às 12h30, em 53.558 pontos, em alta de 1,72%. O dólar comercial está na cotação mais baixa do mês de setembro, negociado a R$ 1,9280, em queda de 0,82% em relação aos últimos negócios de ontem. Em Nova York, as bolsas operam em alta. O índice Dow Jones - que mede o desempenho das ações mais negociadas na bolsa - sobe 0,82%. A Nasdaq - bolsa do setor de tecnologia e internet - está em alta de 0,84%. Bernanke disse ainda que as raízes do elevado nível de poupança global estão nas elevadas taxas de poupança de países produtores de petróleo e nas economias de mercados emergentes, os quais fluíram para países industrializados com baixa taxa de poupança doméstica, como os EUA. Entretanto, "o crescimento econômico nos últimos anos, especialmente nos países industrializados, aparentemente foi suficiente para elevar a demanda líquida por poupança e, desta maneira, elevar a taxa de juro real global de alguma maneira", afirmou o presidente do Fed.   Ele disse que enquanto o amplo déficit em conta corrente norte-americano não é um peso excepcionalmente amplo para a economia neste momento, "não é certamente sustentável no atual nível". Bernanke afirmou que os EUA precisam elevar a poupança doméstica, especialmente à luz da transição demográfica de dezenas de milhões dos baby boomers para a idade da aposentadoria. No entanto, as economias de mercados emergentes como a China devem alterar a fonte de alimentação de sua economia do setor exportador para o consumo doméstico. "O mundo desenvolvido deve ser receptivo e não provedor de capital financeiro", afirmou.   Ele também disse que os prêmios "parecem recentemente ter subido para acima do que foram níveis insustentavelmente baixos, em parte por conta da ampla volatilidade recente dos mercados financeiros e da demanda dos investidores por melhor compensação para tomada de risco".

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