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Bolsa supera recorde anterior à crise

Índice Bovespa chegou ontem aos 58.719 pontos, o maior nível de sua história, fechando em alta de 1,59%

Por Renée Pereira
Atualização:

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) bateu novo recorde de pontuação e deixou para trás os prejuízos causados pela crise do mercado americano de hipotecas, entre julho e agosto.  Ouça a análise de Celso Ming No pregão de ontem, a Bovespa fechou em alta de 1,59%, em 58.719 pontos - o maior da história. Em Nova York, o desempenho foi negativo, com a Nasdaq caindo 0,12%; Dow Jones, 0,44%; e S&P500, 0,52%. Segundo levantamento da empresa de informações financeiras Economática, o Índice da Bovespa (Ibovespa) é o único da América Latina e dos Estados Unidos que já conseguiu recuperar as fortes perdas provocadas pela crise americana. Entre 19 de julho, início da turbulência, e ontem, a Bovespa acumula valorização de 1,02%. Em 2007, o ganho é de 32,03% e no período de um ano, de 68,74%. O bom desempenho dos últimos dias nem lembra a sangria vivida em agosto, em que a Bovespa chegou a cair mais de 4% num único dia. Entre as explicações para o bom humor está a decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de reduzir os juros americanos. Na semana passada, a autoridade monetária surpreendeu o mercado financeiro ao cortar a taxa em 0,5 ponto porcentual, para 4,75% ao ano. A maioria dos analistas esperava um corte de apenas 0,25 ponto. ''''Foi uma surpresa positiva do Fed'''', afirmou o economista da Gap Asset Management, Alexandre Maia. Para ele, a decisão convergiu para o bom momento dos mercados emergentes, que têm apresentado crescimento rápido e robusto, com taxas internas de consumo superiores às de países desenvolvidos, e ainda se beneficiam da alta dos preços de algumas commodities. ''''Hoje vemos alguns países emergentes com fundamentos econômicos melhores que os dos Estados Unidos'''', avalia o diretor de Investimentos da Sul América Investimentos, Marcelo Assalin. Segundo ele, com a queda dos juros e perspectiva de crescimento menor nos Estados Unidos, os investidores vão em busca de papéis que possam dar retorno mais vigoroso. Nesse caminho, estão os países emergentes. ''''Há uma mudança global dos investimentos. Estão saindo dos Estados Unidos e de aplicações atreladas ao dólar e indo para outros lugares, como o Brasil'''', diz o gerente de Renda Fixa do Banco Prosper, Carlos Cintra. Na avaliação dele, a tendência para os mercados emergentes é bastante positiva. Mas a volatilidade está longe de ter ido embora. Tudo vai depender dos próximos indicadores da economia americana. ''''Acredito que em dois meses teremos um cenário mais claro sobre o ritmo de atividade dos EUA'''', diz Assalin.

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