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Mercados internacionais fecham sem sentido único após novos casos de coronavírus

Pequim cancelou voos e tomou outras medidas para evitar a proliferação da doença; nos EUA, Estados que já estão relaxando as medidas acompanham a evolução do vírus

Por Sergio Caldas
Atualização:

O receio do surgimento de novos surtos de covid-19, especialmente nos Estados Unidos e na China, desestabilizou os mercados internacionais nesta quinta-feira, 18, com as Bolsas fechando sem sentido único. A possível segunda onda da doença ocorre justamente em meio ao processo de reabertura das principais economias do mundo, que é visto com grande otimismo pelos investidores.

Pessoas usam máscaras para se prevenir do coronavírus no metrô de Pequim Foto: Carlos Garcia Rawlins/Reuters

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Em Pequim, voos foram cancelados, escolas precisaram ser fechadas e bairros já estão sendo isolados, devido ao aumento de novos casos na região. Já nos EUA, Estados como ArizonaTexas e Flórida registraram aumento de casos em meio ao processo de reversão das medidas de isolamento.

Contudo, ainda há certo otimismo, apesar de alguns dados econômicos negativos, principalmente na Europa. Segundo o presidente  do Banco Central Europeu (BoE, na sigla em inglês), Andrew Bailey, disse que há sinais de que a economia britânica está começando a se recuperar, mas ponderou que os números no mercado de trabalho ainda são negativos.

Bolsas da Ásia e Oceania

O dia foi de medidas de incentivo na China. Pela manhã, no horário local, o Banco do Povo (PBoC, o banco central chinês) informou que reduziu a taxa de juros de contratos de recompra de títulos (repos) reversa de 14 dias, de 2,55% para 2,35%. O PBoC também injetou 70 bilhões de yuans (US$ 9,88 bilhões) no mercado monetário, com o objetivo de manter a liquidez estável no fim do primeiro semestre do ano. 

As medidas de incentivo da China ajudaram as Bolsas da Ásiamas elas ainda fecharam sem sinal único. Os chineses Xangai Composto Shenzhen Composto subiram 0,12% e 0,24%, respectivamente, mas o japonês Nikkei caiu 0,45%. O Hang Seng cedeu 0,07% em Hong Kong e o sul-coreano Kospi recuou 0,35%, já o Taiex ganhou 0,12% em Taiwan. Na Oceania, a bolsa australiana caiu 0,92%.

Bolsas da Europa

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Por lá, o Banco Central Europeu (BoE, na sigla em inglês), decidiu manter a taxa básica de juros do País em 0,1%, mas aumentou o volume de compra de ativos em 100 bilhões de libras, a 750 bilhões de libras. Na Alemanha, a chanceler Angela Merkel disse que um acordo sobre o Fundo de Recuperação de 750 bilhões proposto pela Comissão Europeia não deve sair amanhã.

Porém, o temor frente ao coronavírus segurou o mercado e o índice Stoxx 600 encerrou em baixa de 0,71%. A Bolsa de Londres também cedeu e fechou com queda de 0,47%, assim como a de Paris, que recuou 0,75%. Frankfurt, Milão Madri caíram 0,81%, 0,51% e 1,18%, cada. Já Lisboa teve queda de 0,50%

Bolsas de Nova York

Nos EUA, na agenda de indicadores, os novos pedidos de auxílio-desemprego recuaram 58 mil na semana, a 1,508 milhão, quando analistas previam queda maior, a 1,3 milhão.

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Mas Nova York também ficou sem direção, com o aumento de casos da covid-19. Porém, ainda deu fôlego para as Bolsas, a possibilidade de novos pacotes fiscais serem aprovados pelos deputados. Com isso, o Dow Jones fechou em baixa de 0,15%, o Nasdaq subiu 0,33% e o S&P 500 teve ganho de 0,06%.

Petróleo

O dia foi favorável para a commodity nesta quinta, que terminou o dia com ganhos. Nesta quinta, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), destacou a importância do acordo de corte na produção de petróleo, alcançado em abril, para a estabilização do ativo e recuperação econômica. A isso, se soma a declaração do ministro da Energia da RússiaAlexander Novak, que traça um equilíbrio para o mercado ainda no final deste ano. 

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Em resposta, o barril do WTI para agosto, referência no mercado americano, fechou com alta de 2,20%, a US$ 39,05. Já o Brent para agosto, referência no mercado europeu, encerrou com ganho de 1,97%, a US$ 41,51 o barril./COLABOROU MAIARA SANTIAGO

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