PUBLICIDADE

Mercados internacionais fecham sem sinal único de olho em títulos americanos

Bom desempenho dos Treasuries, títulos da dívida americana, afetam as Bolsas, com investidores temendo debandada dos mercados acionários

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Os principais índices do exterior fecharam sem direção única nesta terça-feira, 23, apoiadas pelo bom humor com a recuperação econômica global, mas ainda influenciadas pela jornada negativa em Nova York e principalmente pelo desempenho positivo dos títulos públicos americanos, que tiram o foco do mercado acionário.

O recente aumento nos rendimentos dos Treasuries (títulos da dívida pública americana) de longo prazo, tem afetado categorias de ações que se valorizaram bastante nos últimos meses, como a de tecnologia. Em Wall Street, giant techs como Amazon, Alphabet e Twitter registraram forte perdas na última segunda-feira, 22.

Mercado de ações da Coreia do Sul Foto: Ahn Young-joon/AP

PUBLICIDADE

"Nosso cenário base é que as taxas continuarão subindo devido ao crescimento e às expectativas de inflação" avalia a LPL Markets, que cita as altas nos juros dos títulos de 10 anos em um ano. No entanto, o quadro se alterou com o testemunho do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Jerome Powell, ao Senado hoje. Ele notou que há um "longo caminho a percorrer" até a recuperação, em quadro de desemprego ainda bastante alto nos EUA, notando que a recuperação "desacelerou substancialmente" no país. 

Investidores estão otimistas de que o avanço da vacinação contra a covid-19 trará recuperação econômica e na expectativa também de que os Estados Unidos lancem um novo pacote fiscal de até US$ 1,9 trilhão. Na segunda-feira, a proposta do governo Biden avançou em uma comissão da Câmara dos Representantes.

Bolsas da Ásia 

As Bolsas da Ásia terminaram mistas. A Bolsa de Hong Kong subiu 1,03%, enquanto a de Taiwan avançou 0,20%, mas a de Seul caiu 0,31%. Na China continental, os mercados ficaram no vermelho à medida que a volatilidade persiste desde que os negócios foram retomados na última quinta-feira, 18, após o feriado de uma semana do ano-novo lunar. A Bolsa de Xangai e a de Shenzhen tiveram quedas de 0,17% e 0,85% cada.

No Japão, a Bolsa de Tóquio não operou nesta terça devido a um feriado nacional. Na Oceania, a Bolsa australiana terminou o pregão em alta de 0,86%, beneficiada principalmente pelo setor de energia, que saltou 4,9%, após os preços internacionais do petróleo subirem cerca de 4% ontem.

Publicidade

Bolsas da Europa 

Na agenda de indicadores, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro subiu 0,9% em janeiro, na comparação anual, após recuo de 0,3% em dezembro. A inflação segue, porém, bem abaixo da meta de quase 2% do Banco Central Europeu (BCE).

Por lá, os índices também fecharam sem sinal único. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em queda de 0,42%, enquanto a Bolsa de Frankfurt recuou 0,61%. Milão e Lisboa tiveram baixas de 0,30% e 0,94% cada. Na contramão, Madri subiu 1,72%, Londres teve alta de 0,21% e Paris avançou 0,22%.

Bolsas de Nova York

PUBLICIDADE

As Bolsas de Nova York fecharam sem sinal único hoje, após operar grande parte do dia em baixa, com grande atenção aos Treasuries. O Dow Jones fechou em alta de 0,05%, o S&P 500 teve ganho de 0,13% e o Nasdaq cedeu 0,50%.

Petróleo 

petróleo fechou sem direção única nesta terça-feira, após sessão volátil marcada por declarações do presidente Fed e a recuperação do dólar ante rivais diante da cautela de investidores. A apreciação da moeda americana contribui para tornar os contratos futuros da commodity menos atrativos a negociadores de outras divisas, à medida que ficam mais caros. Antes da abertura do mercado em Nova York, o petróleo operava em campo positivo por conta da perspectiva de queda nos estoques americanos do óleo, causada pelos gargalos que afetam a produção no Texas

Publicidade

Em resposta, o WTI para abril fechou em queda marginal de 0,05%, cotado a US$ 61,67 o barril, enquanto o Brent para igual mês avançou 0,20%, a US$ 65,37 o barril./ MAIARA SANTIAGIO, MATHEUS DE ANDRADE, GABRIEL BUENO DA COSTA, IANDER PORCELLA E GABRIEL CALDEIRA

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.