PUBLICIDADE

Publicidade

Bolsas da Ásia sofrem fortes quedas puxadas por exportadores

Por KEVIN PLUMBERG
Atualização:

Os mercados acionários na Ásia fecharam em queda de cerca de cinco por cento nesta segunda-feira, pressionados por companhias exportadoras. O iene disparou para o maior valor contra o euro em dois anos conforme investidores duvidam da eficácia da resposta européia à crise financeira e do pacote dos Estados Unidos de resgate do sistema bancário do país. A necessidade de estabilidade acabou puxando para cima os preços dos títulos do governo dos EUA e do Japão, especialmente depois do relatório divulgado na sexta-feira que mostrou que a economia norte-americana fechou em setembro o maior número de postos de trabalho em cinco anos e meio. O índice Nikkei da bolsa de valores de TÓQUIO encerrou os negócios desta segunda-feira com queda de 4,25 por cento, aos 10.473 pontos, o menor fechamento desde fevereiro de 2004. Setores que lucram basicamente com exportações, como de equipamentos eletrônicos, maquinário e montadoras de veículos, puxaram o índice para baixo. O indicador MSCI que reúne os principais mercados da região Ásia-Pacífico com exceção do Japão despencava 6,6 por cento às 7h41 (horário de Brasília), para o patamar mais baixo desde dezembro de 2005. O índice Hang Seng, de HONG KONG, teve queda de 4,97 por cento, com as ações da China Mobile, do China Construction Bank e do HSBC apresentando as maiores baixas. "Não há nada positivo lá fora. Os dados são ruins nos Estados Unidos, a Europa está mal, o Japão também, e a China está provavelmente desacelerando" disse David Spry, gerente de pesquisa da corretora FW Holst em Melbourne, na Austrália. O índice KOSPI, da bolsa de SEUL, fechou com desvalorização de 4,3 por cento, puxado por ações da Samsung e da Posco, quarta maior siderúrgica do mundo e alvo de desvalorização de 7,7 por cento nesta segunda-feira. O mercado coreano foi um dos mais fortemente atingidos por uma venda generalizada de investidores estrangeiros que correram para longe de riscos no mercado asiático. O déficit em conta corrente crescente do país desanima participantes do mercado e notícias de que bancos locais estão com problemas para garantir empréstimos em moeda estrangeira acrescentaram desconfianças quanto à quarta maior economia da região. A Korea registrou um fluxo de saída de 198 milhões de dólares em capital na semana passada, volume relativamente baixo se comparado com semanas anteriores, enquanto fundos relacionados a Taiwan viram a 17a semana consecutiva de sangria de recursos. A China é o único mercado de fundos mútuos da Ásia que teve dois trimestre consecutivos de entrada de recursos, com 3,9 bilhões de dólares em novos recursos chegando no terceiro trimestre, informou o Nomura. A resposta desagregada da Europa à crise financeira que envolve a região também influenciou investidores. Divisões sobre como os líderes europeus consideram a abordagem da crise financeira estavam claras. Ainda nesta segunda-feira, XANGAI caiu 5,23 por cento, TAIWAN perdeu 4,12 por cento e CINGAPURA despencou 5,61 por cento. SYDNEY teve baixa de 3,3 por cento.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.