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Bolsas da Ásia sofrem queda mesmo com aprovação de pacote

Por RAFAEL NAM
Atualização:

As bolsas de valores da Ásia fecharam em baixa nesta quinta-feira, pressionadas por investidores que buscaram a relativa segurança de títulos de dívida do governo. A aprovação do plano de resgate do setor financeiro pelo Senado dos Estados Unidos não conseguiu dispersar as preocupações crescentes quanto à economia mundial. Dúvidas sobre se o plano de resgate revisado será aprovado na Câmara dos Deputados dos EUA também pesaram, depois que uma inesperada rejeição da versão inicial da proposta fez os mercados despencarem na segunda-feira. "Mesmo se o projeto for aprovado, as preocupações continuam quanto à perspectiva econômica, portanto os mercados financeiros dificilmente devem se estabilizar," disse Masamichi Adachi, economista sênior do JPMorgan Securities no Japão. "É um mundo completamente diferente agora. Todas as coisas que as autoridades estão fazendo agora são simplesmente para prevenir um derretimento global. Eles podem provocar uma pequena alavancagem dos mercados, mas não oferecerão uma solução fundamental", disse ele. O índice MSCI que reúne os mercados da região Ásia-Pacífico exceto o Japão operava em queda de 0,72 por cento às 7h39 (horário de Brasília). A bolsa de TÓQUIO caiu 1,9 por cento e fechou no patamar mais baixo em três anos. Bolsas de SEUL, HONG KONG e TAIWAN caíram mais de 1 por cento cada, enquanto SYDNEY teve desvalorização de 0,7 por cento. CINGAPURA encerrou em alta de 0,2 por cento e XANGAI recuou 0,16 por cento. As bolsas asiáticas acumulam queda de aproximadamente 40 por cento este ano, depois que um mês de setembro sofrível foi marcado por desvalorização de 17 por cento, no maior declínio mensal desde a crise financeira ocorrida há uma década. A incapacidade dos mercados de ganharem força na quinta-feira aconteceu mesmo depois do Senado norte-americano ter aprovado, por 74 votos a favor e 25 contra, o pacote de resgate revisado destinado a revigorar mercados de crédito paralisados em todo o mundo e os empréstimos interbancários. A Câmaras dos Deputados dos Estados Unidos deve votar o projeto na sexta-feira e investidores parecem não estar dispostos a apostar na sua aprovação ainda que tenham sido adicionadas emendas à proposta original do governo, como corte de impostos e proteções federais expandidas a depósitos bancários.

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