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Bolsas da Ásia têm pior nível em dois anos por setor financeiro

Crise imobiliária leva tensão aos mercados mundiais; na Europa, bolsas operam em queda acentuada

Por KEVIN PLUMBERG
Atualização:

As principais bolsas asiáticas fecharam em queda nesta terça-feira, 15, recuando para os piores níveis em dois anos à medida em que a confiança do investidor diminui perante o setor financeiro da região, que enfrenta inflação, ambiente de crédito restrito e forte volatilidade vinda dos mercados internacionais.   Veja também: Governo dos EUA adota medidas ousadas para ajudar agências Entenda os efeitos da crise nos Estados Unidos Cronologia da crise financeira As grandes crises econômicas    Os principais mercados acionários da Europa também operam em queda acentuada, refletindo as contínuas preocupações dos investidores com o setor financeiro. Às 8h27 (de Brasília), a Bolsa de Frankfurt liderava a queda na Europa, com recuo de 2,51%, seguida por Londres (2,29%) e Paris (1,99%).   Às 7h48 (horário de Brasília), o índice MSCI que reúne mercados da região Ásia-Pacífico exceto do Japão apresentava desvalorização de 3,09%, a 404 pontos, pior nível desde 2006. O índice Nikkei da bolsa de Tóquio recuou 1,96%, a 12.754 pontos, pior nível desde 1 de abril.   A bolsa de Seul perdeu 3,16%, para 1.509 pontos, enquanto a bolsa de Sydney perdeu 2,14%, aos 4.815 pontos.  Xangai recuou 3,43%, Taiwan despencou 4,51% e Cingapura registrou desvalorização de 2,53%. Grandes bancos no Japão, maior economia da Ásia, possuem aproximadamente 4,7 trilhões de ienes (US$ 44,3 bilhões) em dívida emitida pelas financiadoras imobiliárias norte-americanas Fannie Mae e Freddie Mac, cujas ações despencaram na semana passada por temores de solvência, afirmou um artigo nesta terça-feira, acrescentando mais temores sobre as ações. O apetite ao risco dos investidores foi drenado ainda por uma mudança no foco das instituições financiadoras muito grandes, que acredita-se não poderem falir, para as pequenas o bastantes para entrar em colapso. "A confiança está muito frágil", afirmou Louis Wong, diretor de pesquisa na Phillip Securities em Hong Kong. "Os investidores estão preocupados de que possa haver mais falência de bancos, especialmente bancos pequenos nos Estados Unidos. Sempre que ocorre esse tipo de turbulência financeira, o setor bancário é atingido."   As ações do maior banco japonês, o Mitsubishi UFJ Financial Group, despencaram 5,3% e o Mizuho Financial Group, segundo maior banco, caiu 5% depois que o jornal Nikkei afirmou que estes bancos tinham algumas das maiores exposições do Japão em débito emitido pela Fannie Mae e Freddie Mac. O índice Hang Seng, da bolsa de HONG KONG, perdeu 3,81%, aos 21.174 pontos, com o HSBC, maior banco da Europa, derrubando o índice novamente pelo segundo dia consecutivo "Com a inflação, espera-se que os bancos centrais elevem os juros, o que irá reduzir a curva de lucro - e isso significa que os bancos não serão lucrativos aqui", afirmou Mixo Das, estrategista de ações no Lehman Brothers em Hong Kong.   A inflação também preocupa a Europa. A taxa do Reino Unido atingiu nível recorde em junho, conforme levantamento do Escritório Nacional de Estatísticas divulgado nesta terça. O índice de preços ao consumidor subiu 0,7% em junho ante maio e 3,8% em comparação a junho do ano passado, a maior taxa anual desde que os números começaram a ser compilados em janeiro de 1997 e o segundo mês consecutivo em que a inflação ficou mais de um ponto porcentual acima da meta do BoE, de 2%.   O mercado aguarda nesta manhã os comentários do presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, e do secretário do Tesouro dos EUA, Henry Paulson, sobre a economia, perante o Comitê Bancário do Senado norte-americano, às 11h (de Brasília). As informações são da Dow Jones.   (com Agência Estado)  

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