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Bolsas da China têm maior queda desde 2016 após Trump anunciar tarifa

No Twitter, o presidente dos Estados Unidos afirmou que vai impor mais tarifa sobre produtos da China. Trump também disse que US$ 325 bilhões em produtos chineses até agora não tarifados devem passar a sofrer, em breve, tarifas de 25%

Por Gabriel Bueno da Costa
Atualização:

As bolsas asiáticas tiveram uma segunda-feira, 6, de baixas depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmar em sua conta no Twitter no último domingo, 5, que vai impor mais tarifa sobre produtos da China e ameaçar o país com uma nova rodada de elevação de tarifas mais adiante. Com isso, as bolsas chinesas registraram sua maior queda diária desde 2016. No Japão e na Coreia do Sul, as bolsas não operaram por causa de feriados locais.

As Bolsas asiáticas tiverambaixas após opresidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmar em sua conta no Twitterque vai impor mais tarifa sobre produtos da China Foto: Jerome Favre/EFE

No domingo, Trump afirmou que durante dez meses a China tem pagado tarifas aos EUA de 25% sobre US$ 50 bilhões no setor de alta tecnologia e de 10% sobre US$ 200 bilhões em outros produtos. "Os 10% subirão para 25% na sexta-feira", anunciou ele.

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Além disso, o presidente americano disse que US$ 325 bilhões em produtos chineses até agora não tarifados devem passar a sofrer tarifas "em breve", de 25%. "O acordo comercial com a China continua, mas muito lentamente, enquanto eles tentam renegociar. Não!", escreveu.

A notícia funcionou como um banho de água fria no apetite por risco em geral nos mercados internacionais, pressionando as bolsas asiáticas. A Bolsa de Xangai fechou em queda de 5,58%, em 2.906,46 pontos, seu maior recuo diário desde fevereiro de 2016. A Bolsa de Shenzhen teve baixa de 7,4%, a 1.515,80 pontos, também na maior queda diária desde fevereiro de 2016.

Entre as ações mais negociadas em Xangai, Air China caiu 9,56%, Anhui Conch Cement recuou 3,60% e Bank of China teve queda de 2,83%.

Diretor de estratégia de investimentos do Banco de Cingapura, Eli Lee afirmou que os riscos nas negociações entre chineses e americanos "claramente aumentaram". Para ele, há uma chance em três de que esse diálogo acabe em ruptura, após o passo dado ontem por Trump.

Lee acredita que as ameaças podem ter sido uma tática de negociação para elevar ao máximo a pressão antes da próxima rodada de conversas, mas Trump também poderia estar inclinado a desistir de um acordo se não julgasse que ele lhe traria benefícios políticos.

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Em Hong Kong, o índice Hang Seng registrou baixa de 2,90%, a 29.209,82 pontos, maior recuo diário desde outubro. Ping An Insurance teve queda de 4,8%, enquanto ações de cassinos em Macau recuaram cerca de 5%. WH, uma grande produtora de carne de porco considerada um indicativo do sentimento do comércio EUA-China, recuou 6,8%.

Na Bolsa de Taiwan, o índice Taiex fechou em queda de 1,80%, a 10.897,12 pontos, sua pior variação diária desde dezembro. / Com informações da Dow Jones Newswires.

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