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Bolsas da Europa divergem antes da decisão do BCE

Mercado aguarda novos estímulos monetários na zona do euro em reunião do BCE marcada para quinta-feira

Por Lucas Hirata , da Agência Estado e com informações da Dow Jones
Atualização:

Os mercados de ações da Europa fecharam em direções divergentes nesta sexta-feira, 30, mas conseguiram registrar resultados positivos na semana e no acumulado do mês. No decorrer das últimas sessões, as principais bolsas europeias conseguiram firme valorização, diante da perspectiva de novos estímulos monetários na zona do euro e em reação aos resultados das eleições para o Parlamento Europeu. O índice Stoxx 600 fechou em baixa de 0,08%, a 344,24 pontos, mas avançou 0,73% na semana e 1,88% no mês.

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O mês de maio gerou resultados muito positivos para a renda variável europeia. Após seguidos sinais das autoridades do Banco Central Europeu (BCE) sobre novas ações para tentar afastar o risco de deflação, os investidores ficaram mais dispostos ao risco, e a procura por ações manteve-se firme ao longo das últimas semanas. Fatores políticos - como a eleição do Parlamento Europeu e a escolha de um novo presidente na Ucrânia - também ajudaram os mercados na última semana de maio.

Hoje, os índices de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da Espanha e da Itália sinalizaram um enfraquecimento da inflação em toda a zona euro em maio, de acordo com o BNP Paribas. A inflação anual na Itália ficou em 0,4% em maio, frente a 0,5% em abril. Já a alta contínua de preços na Espanha desacelerou para 0,2% em maio, de 0,3% em abril. Ambos os resultados dizem respeito aos termos harmonizados para metodologia da União Europeia.

"Na Europa, os principais índices ainda estão encontrando grande parte do apoio em expectativas de aumento de estímulo na próxima semana, após o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, prometer aliviar a política monetária em junho, se necessário", disse a ETX Capital em nota a clientes nesta sexta-feira.

Juntos, os dados são "consistentes com a nossa previsão para a estimativa de inflação de maio, de 0,6%", em termos anuais, disseram os analistas do BNP Paribas, abaixo dos 0,7% em abril. Os números do CPI da zona do euro devem ser divulgados na terça-feira, dois dias antes da reunião do BCE.

Há uma ampla expectativa de que o banco reduzirá taxas de juros ou decretará outras medidas para estimular os empréstimos bancários quando seu conselho se reunir na quinta-feira. A economia da zona do euro tem enfrentado baixa inflação e crescimento lento. No início desta semana, Yves Mersch, membro do conselho executivo do BCE, disse que o conselho é unanimemente confortável com a tomada de ação em sua reunião, prevista para quinta-feira.

Com isso, o índice DAX, da Bolsa de Frankfurt, subiu 0,04% nesta sexta-feira, para 9.943,27 pontos, resultando em um ganho de 1,79% na semana e avanço de 3,54% no mês. As ações da Deutsche Boerse lideraram as altas da sessão, com elevação de 1,28%, já os papéis da K+S cederam 1,79%.

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Em Milão, o índice FTSEMib teve alta de 0,55% hoje e avançou 4,24% na semana, aos 21.629,71 pontos. Os mercados italianos foram os maiores beneficiados do resultado eleitoral para o Parlamento Europeu, tendo em vista que o partido do primeiro-ministro da Itália recebeu 40,81% dos votos, o melhor resultado já conquistado pelo grupo em uma eleição. No mês, o índice teve perda de 0,69%.

A tendência de alta antes da decisão do BCE também foi observada em Madri e Lisboa. O índice Ibex 35 avançou 0,60% hoje, resultando em ganhos de 2,27% na semana e 3,25% no mês, aos 10.798,70 pontos. O PSI 20, por sua vez, terminou a sexta-feira com avanço de 0,56%, o que levou à alta de 2,82% na semana e queda de 4,61% no mês.

Por outro lado, a bolsa de Londres foi pressionada por ações de mineradoras, com quedas nos preços de metais. O destaque ficou por conta da nova queda do preço minério de ferro aos menores níveis em 20 meses no mercado à vista chinês. O recuo do minério coincidiu com a notícia de que os preços de moradias na China, maior consumidor mundial do produto, apresentaram em maio a primeira queda mensal em dois anos. Com isso, as ações da Rio Tinto perderam 4,30%, as da BHP Billiton cederam 3,89% e as da Glencore tiveram baixa de 1,42%. O índice FTSE fechou em queda de 0,39%, aos 6.844,51 pontos, com avanço de 0,42% na semana e alta de 0,95% no mês. Na semana que vem, o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) anuncia decisão de política monetária.

Em Paris, o índice CAC-40 terminou em baixa de 0,24%, aos 4.519,57 pontos, nesta sexta-feira, pressionado pelas ações de bancos na sequência de relatos sobre uma possível multa de US$ 10 bilhões para o BNP Paribas em uma disputa legal com o Departamento de Justiça dos EUA. As ações do BNP Paribas cederam 2,98%. Na semana, o índice da bolsa francesa ganhou 0,59% na semana e 0,72% no mês.

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