PUBLICIDADE

Bolsas da Europa e Ásia caem com recessão e demissões

Cresce o sentimento de que ricos não sairão rapidamente do quadro recessivo, o que afeta os emergentes

Por Daniela Milanese e da Agência Estado
Atualização:

A percepção de que a crise global será mais grave do que o previsto continua deprimindo o sentimento dos investidores. É crescente a avaliação de que os países desenvolvidos não sairão rapidamente do quadro recessivo, o que afeta os emergentes. Essa perspectiva aciona a cautela e deixa as bolsas da Europa em queda superior a 1% nas primeiras horas de pregão. Na ásia, os mercados fecharam em baixa e Xangai registrou queda superior a 6%. Às 8h15 horas (de Brasília), as bolsas de Londres (-1,38%), Paris (-1,29%) e Frankfurt (-1,17%) recuavam. O petróleo tinha baixa de 0,55%, para US$ 54,65.   Veja também: De olho nos sintomas da crise econômica  Lições de 29 Como o mundo reage à crise  Dicionário da crise    O noticiário corporativo não deixa dúvidas de que a economia real já sente profundamente os efeitos da crise financeira. São vários os anúncios de planos de demissões, com destaque para a intenção do Citigroup de eliminar 52 mil empregos. A gestora de recursos BlackRock também irá reduzir seu quadro de pessoal.   As montadoras agonizam e aguardam ajuda do governo dos Estados Unidos. A situação atinge a Europa, onde a subsidiária da General Motors também tenta obter algum alívio com a equipe da chanceler Angela Merkel. A Ford anunciou há pouco a venda de uma fatia de sua participação na montadora asiática Mazda para fazer caixa.   Brendan Brown, do Mitsubishi UFJ Securities International, acredita que os EUA ficarão em recessão acentuada até o começo de 2009, para iniciar recuperação lenta em meados do ano que vem. Segundo ele, o Japão deve seguir percurso parecido. Mas a situação será mais grave na Europa, onde os erros da política monetária causarão estragos.   "O sentimento melhorou um pouco na comparação com o final de outubro, mas a recessão no mundo desenvolvido e a crise de crédito limitarão qualquer alívio dos mercados globais por enquanto", escrevem os especialistas do Standard and Chartered.   O petróleo acompanha o movimento, já abaixo de US$ 55,00. No mercado de câmbio, o destaque é a recuperação da libra, depois da desvalorização acumulada nos últimos meses. A libra conseguia subir 0,11%, para US$ 1,49969. Já o euro perdia 0,20%, para US$ 1,2591. O dólar caía 0,26% frente ao iene, para 96,42 unidades.   Paulson e Bernanke   Diante do quadro, os investidores acompanham com atenção nesta terça os depoimentos do secretário do Tesouro dos EUA, Henry Paulson, e do presidente do Fed, Ben Bernanke, na Câmara, a partir das 12h30 (de Brasília). Outra autoridade monetária a falar nesta terça é Jean-Claude Trichet, às 16h30.   O mercado também recebe dados de inflação ao consumidor no Reino Unido, logo mais às 7h30, e ao produtor nos Estados Unidos, às 11h30, ambos referentes a outubro. A estimativa é de desaceleração dos indicadores. Se a alta dos preços chegou a ser considerada o grande perigo econômico em meados deste ano, agora as perspectivas apontam para deflação em 2009.   Ásia   As Bolsas asiáticas fecharam o pregão desta terça em baixa, seguindo os resultados dos outros mercados mundiais na segunda-feira. A maior queda do mercado asiático foi registrada em Xangai, -6,31%, seguida por Hong Kong (-5,77%) e Jacarta (-5,14%).   A Bolsa de Tóquio fechou em baixa, com a queda das bolsas asiáticas e dos principais bancos japoneses dissipando o otimismo inicial trazido por um rali de cobertura de vendas a descoberto. O rali foi breve e o índice Nikkei 225 acabou fechando com perda de 194,17 pontos, ou 2,3%, aos 8.328,41 pontos.   Nesta terça-feira, o ministro da Economia japonês, Kaoru Yosano, afirmou que a contração na segunda maior economia do mundo pode continuar durante o atual ano fiscal e em 2009.   Na segunda-feira, o governo anunciou que a economia do país entrou em recessão após uma contração entre julho e setembro de 0,4% em termos reais, a segunda redução trimestral consecutiva depois dos 3% entre abril e junho.          

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.